A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, admitiu esta semana que teve “grande cuidado que se teve desde o primeiro momento em relação aos impactos ambientais” do projecto de melhoria das acessibilidades marítimas do porto de Setúbal. A declaração foi feita durante a cerimónia de assinatura do auto de consignação do projecto, entre a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e a Mota-Engil – Engenharia e Construção.
Na ocasião, a presidente da APSS, Lídia Sequeira, também presente, afirmou à Lusa que esta intervenção considera os impactos no ecossistema do Sado, admitindo que “este é o período indicado para proceder a esta obra sem prejudicar o habitat das espécies do Sado», acrescentando que “o impacto será mínimo”.
O projecto representa um investimento de representará um investimento total próximo dos 25 milhões de euros, com financiamento do COMPETE 2020 em cerca de 14,8 milhões de euros, cuja empreitada terá uma duração máxima de 180 dias, esclarece o Ministério do Mar.
Para o Governo, o projecto trará vantagens para o porto de Setúbal, “nomeadamente ao nível do aumento da segurança e eficiência do transporte marítimo e das operações portuárias, no ganho de competitividade do porto sadino no sistema portuário nacional e internacional ou na possibilidade de receber navios com maiores dimensões – acompanhando assim a tendência do transporte marítimo global, onde os novos navios têm cada vez maiores dimensões”.
“Com este investimento, o porto de Setúbal poderá captar tráfegos que hoje vão para outros portos, nomeadamente portos de outros países”, referiu Ana Paula Vitorino, sublinhando que com esta melhoria o porto sadino aumentará o seu hinterland e passará a ser um porto capaz de servir regiões como a Estremadura espanhola ou a Andaluzia.
Segundo a Lusa, citada pela Cargo, o Governo estima que esta obra permita aumentar em 60% a carga total do porto de Setúbal e em 181% a carga contentorizada. E Lídia Sequeira terá reforçado a ideia à mesma agência, reconhecendo que “esta nova configuração do porto de Setúbal vai permitir aumentar a segurança e eficiência do transporte e garantir a competitividade do tecido empresarial ao potenciar a captação de mais tráfego”.
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Nada a opor às obras em curso, se efectivamente foram acauteladas as implicações ambientais.
Já no que diz respeito ao “aumento do hinterland passando a servir regiões como a Estremadura espanhola ou a Andaluzia”, há ainda muito caminho a caminhar.
Porque os comboios de mercadorias terão de continuar a percorrer o penoso percurso pela linha do Norte até Abrantes e descer depois até Elvas pela linha Este. O que evidencia bem os erros cometidos por sucessivos governos ao adiarem por dezenas de anos a modernização da Rede e a Desbalcanização Ferroviária que só agora se inicia e avança à velocidade de caracoll