A Association of Arctic Expedition Cruise Operators (AECO) está a acompanhar as expedições de cruzeiros na erradicação dos plásticos no meio marinho.
Sofia Colares Alves

A Association of Arctic Expedition Cruise Operators (AECO) está a trabalhar, este verão, com os operadores de cruzeiros na Noruega para erradicar o uso de plásticos a bordo e promover acções de limpeza das praias junto dos passageiros.

A acção tem como propósito “recolher, sistematizar e mais tarde partilhar as melhores práticas”, de forma a ajudar a “diminuir o consumo de plásticos nos cruzeiros ”, como se afirma no comunicado emitido, apesar de muitos dos navios não utilizarem já garrafas de plástico descartáveis, instalando máquinas de água para o efeito, assim como tendo substituído as tradicionais palhinhas de plástico e pedirem aos fornecedores todo o tipo de  entregas dos mais variados consumíveis em embalagens mais sustentáveis.

Nesse enquadramento, Sarah Auffret, responsável pelo combate à poluição marinha da AECO, já visitou 16 expedições de cruzeiros em Svalbard este ano e aferiu que, de facto, também a indústria de cruzeiros anseia por contribuir para solucionar o problema da crescente poluição dos Oceanos pelos plásticos.

Nos últimos anos, têm sido recolhidas das praias de Svalbard, em média, cerca de  20 toneladas de lixo, por verão. No entanto, as expedições de cruzeiros, muitas das quais organizadas pelo Governo Regional de Svalbard, têm vindo a contribuir activamente para uma diminuição desses volumes, verificando-se mesmo uma redução  total entre três a quatro toneladas por estação, não deixando  também alguns estudos de indicar que, em relação aos volume de lixo recolhidos em 2016 e 2017,  cerca de 60% a 80%, ter tido origem na indústria piscatória.

O exemplo mais recente de um cruzeiro sustentável é precisamente um dos membros da AECO, o operador  Hurtigruten, que proibiu toda utilização desnecessária de plástico a bordo, a fim de se vir a tornar a primeira empresa de transporte marítimo livre de uso de plástico a bordo.



Um comentário em “Cruzeiros no Árctico dizem “não” aos plásticos”

  1. Helder Costa Almeida diz:

    Este texto parece-me de uma leveza extrema, é o mínimo que posso dizer: ou não estou a interpretar correctamente?
    De acordo com as condições técnicas que há a bordo dos navios de comércio, com ênfase para os de passageiros, todo o lixo (sólido ou líquido) produzido a bordo não vai para o mar conforme a legislação internacional impõe( bem sei que pode haver e…há atropelos às regras aplicáveis): o “lixo” que não puder ser incinerado, depurado, reciclado a bordo é desembarcado nos portos que devem ter condições para tal, ponto final. Tudo deve ser registado no “Garbage record Book”, no “Oil Record Book”, etc que estará à disposição de inspecção pelas autoridades competentes em cada porto de escala do navio. Pensar-se que lixo, nomeadamente plástico, lançado ao mar é exclusivamente proveniente de navios é puro engano: e o que vai através dos rios?
    A problemática de diminuir e mesmo eliminar a utilização de embalagens de plástico a bordo é exactamente o mesmo relativamente a terra (áreas doméstica, restauração, supermercados, etc, etc) e ar (aviação)
    A abordagem deste tema poderia ser longa, extravasando os limites de um pequeno comentário.
    Por agora fico-me por aqui

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