Restam apenas 75 baleias assassinas residentes do sul, o mais pequeno grupo de orcas existentes no Nordeste da América do Norte. Por isso, o Governo do Canadá emitiu este mês uma Ordem Intercalar a anunciar um conjunto de medidas a implementar este Verão para proteger as orcas ameaçadas de extinção pelos distúrbios de navios. Com as novas medidas, em vigor a partir de 1 de Junho de 2019, o Governo pretende combater as principais ameaças aos mamíferos marinhos, nomeadamente perturbações físicas e acústicas, avançou o Safety4Sea.
Entre as medidas estão a proibição, a partir de Junho, da aproximação de qualquer embarcação das orcas a uma distância superior a 400 metros. Proibição que se aplica a todo o habitat crítico desta espécie. Nesse sentido, apenas operadores comerciais de observação de baleias e empresas de ecoturismo que demonstrem um compromisso com a conservação ambiental poderão solicitar a autorização do Ministro dos Transportes para abordar orcas que não sejam residentes do sul a uma distância de 200 metros. Sendo que as embarcações estarão proibidas de entrar em áreas recém designadas como Zonas de Santuário Interino, localizadas no Swiftsure Bank, na costa leste da chamada Saturna Island e a sudoeste da North Pender Island.
No seguimento destas regras, pede-se igualmente aos operadores de navios que respeitem a zona «Go Slow» em redor das orcas reduzindo a velocidade para menos de 7 nós quando a menos de 1.000 metros de uma nas Áreas de Gestão Avançada identificadas pelas Ilhas do Golfo, o Estreito de Juan de Fuca e a Boca do Rio Fraser; e consequentemente respeitem as zonas desta espécie e reduzam o ruído desligando sirenes de eco e colocando os motores em ponto morto.
Já em Maio, a Pacific Whale Watch Association (PWWA) tinha assinado um acordo comprometendo-se a não oferecer passeios à volta das orcas. E note-se que os planos de protecção desta espécie por parte do Governo do Canadá já representam cerca de 150 milhões de euros, dos cerca de 1,34 mil milhões reservados para o oceano.
“Durante 25 anos, os membros da PWWA apoiaram esforços e pesquisas baseados na ciência para entender e limitar o efeito do tráfego de embarcações em orcas. As realidades nos nossos canais compartilhados incluem embarcações de três a 300 metros. Hoje, alertamos as embarcações militares, de passageiros, de navegação e de recreio quando estão cientes das orcas na área. Continuamos a ser as embarcações mais tranquilas das águas e as sentinelas do mar para as orcas, através de nosso plano de gestão de embarcações baseada em ciência. Os membros da PWWA educam os passageiros e conduzem os esforços de conservação a cada viagem”, referiu Alan McGillivray, presidente da Pacific Watch Watch Association do Canadá.
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