A captura diminuiu um terço por quilómetro percorrido mas a distância percorrida foi alargada. Desde 1950, a pesca industrial, motivada em grande parte por subsídios estatais, viu a sua área de actividade aumentada, de 60% para 90% dos oceanos do planeta, segundo um estudo levado a cabo por investigadores da iniciativa Sea Around Us, da Universidade de Western Australia e da Universidade de British Columbia.
Os investigadores, mapeando o crescimento e a difusão da pesca industrial desde 1950, concluíram que as capturas tendem a diminuir drasticamente, sendo que as 25 toneladas por 1.000 quilómetros percorridos no início dos anos 50 desceram para 7 toneladas por 1.000 quilómetros até 2014.
Há países mais responsáveis por este problema do que outros. Cerca de 60 milhões de toneladas ou 80% da pesca industrial global são representadas essencialmente por 20 países, entre os quais, Taiwan, Coreia do Sul, Espanha ou China, que subsidiam fortemente a pesca industrial no exterior das suas águas. Muita desta expansão da área explorada foi acentuada na costa e nas ilhas arquipelágicas, como no sul da Ásia, em África ou na América do Sul.
Se ainda há solução, Jessica Meeuwig, que lidera o Marine Futures Lab da UWA e é co-autora do estudo, admite: “Temos que aceitar que a pesca continuará a apoiar a humanidade no futuro, no entanto, temos de ajustar espaço e tempo de recuperação de mais de um século de pesca industrial ilimitada”.
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