A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o seu país dos acordos de Paris sobre as alterações climáticas não afectará o compromisso do sector do transporte marítimo em reduzir as emissões de CO2, admitiu a International Chamber of Shipping (ICS), a principal associação internacional representativa do sector, no âmbito da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque até 9 de Junho.
Durante a conferência, numa sessão sobre a acidificação dos oceanos, a ICS apresentou os seus objectivos no quadro da redução das emissões de CO2 e que deseja ver adoptados pela Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), do mesmo modo que o acordo de Paris assumiu compromissos semelhantes em nome das economias dos Estados subscritores.
Segundo a ICS, que antecipou esta mensagem em comunicado, a IMO deve assumir “um objectivo de manter um total de emissões de CO2 abaixo dos níveis de 2008 e cortar o total anual de emissões de CO2 do sector até 2050 para um nível a ser acordado pela organização”. Isto sem prejuízo do compromisso que o sector já tem de reduzir as emissões de CO2 emitidas por tonelada de carga transportada por quilómetro para 50% até 2050 face a valores de 2008.
Numa mensagem aos Estados, Simon Bennett, Director de Política da ICS, referiu que “o transporte marítimo, devido à sua dimensão, é responsável por cerca de 2,2% das emissões anuais antropogénicas de CO2; de acordo com a IMO, este sector reduziu as suas emissões de CO2 em mais de 13% entre 2008 e 2012, apesar do aumento do comércio marítimo, mas existe a percepção de que este sector, cujas emissões não podem ser individualmente atribuídas a cada nação, possam de alguma forma ter escapado ao acordo de Paris”.
A par do seu compromisso em reduzir as emissões de CO2, o sector comprometeu-se em implementar até 2020 um limite de enxofre nos combustíveis marinhos, que deverá custar um custo colectivo de 88,8 mil milhões de euros anuais. A ICS quer ainda pressionar os reguladores estaduais a darem a mesma prioridade a cada um dos três pilares do desenvolvimento sustentável identificados pelas Nações Unidas: o económico, o social e o ambiental.
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