Dados de 2016 da consultora Moore Stephens revelam que a tendência encoraja os operadores do sector, mas alerta para a incerteza da actividade
Moore Stephens

Os custos operacionais dos navios-tanque, graneleiros e porta-contentores diminuíram todos em 2016, o que sucede pelo quinto ano consecutivo, refere a consultora em transporte marítimo Moore Stephens, citada pelo World Maritime News.

Em média, os custos com tripulação caíram 0,4% face a 2015, ano em que já tinham caído 1,2% face ao ano anterior. Esta queda verificou-se nos navios-tanque (1,8%) e nos graneleiros (0,6%), mantendo uma tendência que vinha de 2015, ao contrário dos porta-contentores, que registaram uma subida de 1,1% nestes custos, quando em 2015 tinham conhecido uma queda.

A maior queda, contudo, foi nos seguros, fenómeno atribuído, pelo menos parcialmente, à diminuição de ocorrência de grandes sinistros, consideram alguns analistas. Aqui, as maiores quebras registaram-se entre os graneleiros, “que não são estranhos nas páginas dos relatórios de sinistros”, refere a Moore Stephens, citada pelo jornal.

De acordo com a consultora, embora 2016 tenha sido um ano difícil para o transporte marítimo, terminou com uma nota de confiança, a avaliar pelo Moore Stephens Shipping Confidence Survey. Armadores e fretadores terão terminado 2016 suficientemente confiantes, designadamente, no aumento das tarifas. Uma confiança que se manteve em 2017, gerando mais actividade e, por consequência, abrindo caminho a maiores custos operacionais.

O jornal, no entanto, refere que armadores e outros operadores não estão a obter os ganhos que deveriam ou gostariam de ter na maioria dos mercados em que estão presentes.

A consultora considera que embora o sector possa sentir algum encorajamento resultante da queda dos custos operacionais pelo quinto ano consecutivo, nada é para sempre e nada é mais certo do que o facto de esta indústria se caracterizar pela incerteza, o que constitui a sua fraqueza bem como a sua força.



Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill