Este ano foi pleno de incertezas para o transporte marítimo, desde desafios geopolíticos ao crescimento do proteccionismo e às preocupações relacionadas com a implementação de regras ambientais. No entanto, 2019, de acordo com um inquérito da Navis, parte da Cargotec Corporation (soluções e movimentação de carga), uma fornecedora de tecnologias e serviços operacionais, esperam-se tendências ligadas ao desenvolvimento das tecnologias e que vão merecer a atenção do sector.
Entre as tendências estão a de possuir um orçamento maior para gastos de IT. De acordo com a pesquisa, cerca de 90% das empresas acredita que os seus gastos aumentarão com tecnologia, dos quais 56% prevê que esse aumento seja de 6%. E considera-se que as tecnologias são uma das três prioridades para um melhor desempenho operacional.
Colaboração e estandardização estão também nos planos. A capacidade do sector de partilhar dados é crucial. Mais de metade dos entrevistados referiu ser a partilha de dados, em tempo real, essencial para uma maior colaboração entre empresas marítimas e terminais.
No que concerne ao proteccionismo comercial e novas tarifas, um terço dos inquiridos estão muito preocupados com as tensões comerciais e 36% estão preocupados. No entanto, apesar do zelo, a indústria está optimista em relação ao ambiente de negócios global. O próximo ano pode ser o da ascensão dos contentores inteligentes no mercado. A Maersk anunciou este ano iniciativas para colocar sensores na sua frota. E a Traxens planeia implementar contentores inteligentes até o final de 2019, bem como a MSC.
Um relatório recente da DS Research revela que 60 projectos de automação estão planeados para os próximos cinco anos, o que criará uma capacidade combinada de 90 milhões de TEUs. Em 2019, a expectativa é de melhoria contínua e optimização de programas em terminais automatizados para possibilitar melhores níveis de produtividade.
O transporte marítimo será também alvo de uma melhoria na gestão da capacidade de transporte, das eficiências operacionais e ambientais, devido não só às oportunidades de realizar operações com mais carga, aumentando a flexibilidade de gestão de capacidade, como indo ao encontro da estratégia adoptada pela Organização Marítima Internacional para reduzir as emissões anuais de gases de efeito estufa de navios em pelo menos 50% até 2050.
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