Segundo a Coordinadora Estatal de Trabajadores del Mar (Coordinadora), associação sindical que representa os estivadores espanhóis, citada pelo World Maritime News, quase 100% dos estivadores aderiram ontem à greve do sector.
Numa conferência de imprensa realizada ontem, os representantes sindicais acusaram o Governo pela situação actual, ao ter contribuído para colocar as entidades patronais numa posição de privilégio.
Até à recente reforma legislativa da contratação de trabalho portuário, os estivadores espanhóis eram contratados por sociedades locais de estiva conhecidas por Sociedad Anonima de Gestion de Estibadores Portuarios (SAGEP) e os trabalhadores mantinham contratos de trabalho por tempo indefinido.
Com a nova lei, as entidades patronais podem contratar trabalhadores não sindicalizados em vez dos sindicalizados e podem optar por manter ou não os trabalhadores actualmente sob contrato.
Entretanto, as diversas greves dos estivadores em Espanha têm levado as empresas de transporte marítimo a deslocar navios de certos portos afectados pelas greves para outros destinos.
Segundo o jornal, hoje, por exemplo, o navio da Maersk ST Illinois vai trocar a escala no porto de Algeciras por uma escala em Barcelona e o navio MSC Illona, no serviço M2 TA5 (da aliança M2, que reúne a Maersk e a MSC), trocará o mesmo porto de Algeciras pelo de Sines, em Portugal. Questionada por nós, a MSC Portugal esclareceu-nos que “o navio em causa faria sempre escala em Sines, pois faz parte de um serviço que escala regularmente Sines; não foi, por conseguinte, desviado para este porto, por causa da greve”.
Numa reacção a estes desvios, o Conselho Internacional dos Estivadores (International Dockworkers Council, ou IDC) apelou a todos os seus membros para estarem atentos a navios com carga proveniente de Espanha e para não a aceitarem nos seus portos.
O IDC encorajou ainda os seus membros a realizarem todas as acções de apoio que lhes sejam solicitadas pelos colegas espanhóis, dentro dos quadros legais dos respectivos países.
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