É a conclusão de um estudo da Intrum sobre o sector em Portugal, que vai ao encontro das conclusões da OCDE sobre a economia portuguesa. Segundo a empresa, pagamentos contratualizados a 25 dias só são cumpridos após 41 dias
Intrum

A empresa de serviços de gestão de crédito Intrum, sedeada na Suécia e com representação em Portugal, concluiu que no nosso país, o sector de Transportes e Logística “é dos mais afectados pelos atrasos de pagamento, uma vez que, os consumidores têm 25 dias de prazo de pagamento e pagam após 41 dias”, acrescentando que “as empresas negoceiam o pagamento para 49 dias, mas pagam após 65 dias”.

Diz a empresa que no sector público, sempre relativamente à área de Transportes e Logística, os atrasos “são ainda mais alargados com o prazo de pagamento fixado nos 50 dias, mas que em média atinge os 79 dias para pagar”.

A conclusão é extraída de um estudo da Intrum, o EPR 2018 Industry White Paper, com incidência somente no sector de Transportes e Logística e, segundo a empresa, vai ao encontro do relatório sobre Portugal recentemente apresentado pela OCDE, segundo o qual o nosso país “regista o mais elevado prazo médio de pagamentos, reflectindo em parte fragilidade na execução dos contratos”.

“A nível europeu, os consumidores cumprem o prazo de pagamento”, mas “ainda assim, as empresas pagam em média 4 dias após o prazo de pagamento e o sector público, 20 dias após o prazo previsto”, refere a Intrum, acrescentando que “comparativamente ao ano anterior, os valores registados foram iguais, à excepção do Sector Público, em que o pagamento foi realizado seis dias após o período contratualizado”.

“Quase metade das empresas deste sector (49%) afirma que o pagamento mais rápido dos devedores lhes permitiria contratar mais funcionários, valor bem superior quando comparado com a média europeia, que se situou nos 20%”, refere a Intrum. Segundo a empresa, o seu estudo “demonstra que, em média, 3,49% da receita anual total de 2017 foi declarada como receita perdida, valor bastante superior à média europeia, que foi de 1,69%”, salientando que “71% das empresas portuguesas inquiridas confirma já ter aceite prazos de pagamento mais longos do que é aceitável, percentagem esta superior à média europeia, que é de 63%”.

A Intrum refere também que “quando questionadas sobre as principais causas dos atrasos de pagamento, as empresas europeias apontam as dificuldades financeiras (64%), o atraso de pagamento intencional (50%) e a ineficiência administrativa (48%)”, valores “semelhantes à média apontada pelas empresas portuguesas de Transportes, que consideraram também o atraso de pagamento intencional (65%), as dificuldades financeiras (60%) e a ineficiência administrativa (55%) como os principais factores causadores dos atrasos de pagamento”.

 



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