A Rússia prepara-se para desmantelar o quebra-gelos nuclear Sibir. A operação terá lugar no próximo ano, nos estaleiros de Nerpa, a norte de Murmansk, e será a primeira do género a envolver um navio nuclear deste tipo.

Para Andrei Zolotkov, um perito nuclear que trabalha com a Bellona, uma fundação independente ligada à defesa do ambiente, embora a Rússia tenha experiência no desmantelamento de submarinos nucleares, desmantelar um quebra-gelos nuclear – algo que só este país possui – “é emblemático”.

Construído nos estaleiros Baltic, na Rússia, e lançado ao mar em 1978, o navio foi retirado de serviço em 1993, ou seja, há 23 anos. Nunca foi alocada verba para o seu desmantelamento até este ano, ao abrigo de um programa que prevê financiamento destinado a garantir segurança contra as radiações.

De acordo com a Bellona, baseada em informação do porto de quebra-gelos nucleares de Atomflot, muito do metal resultante da operação será cortado para sucata, o que ajudará a reduzir a sua despesa, inicialmente estimada em 23 milhões de euros, em cerca 9 milhões de euros, o equivalente a três a cinco meses de funcionamento do navio.

Com este desmantelamento inédito, o porto de Atomflot espera demonstrar que tal procedimento não é tão dispendioso ou consumidor de tempo como se julga. De tal modo que deverá seguir-se o desmantelamento de mais dois quebra-gelos nucleares o Arktika e o Rossiya, ao abrigo do mesmo programa de apoio financeiro usado para o Sibir. Os três navios deverão ser substituídos por outros (novamente um Arktika e um Sibir, além de um Ural), actualmente em construção, e que serão os mais potentes do mundo.