A revolução digital terá um forte impacto na economia do mar, considera a grande maioria (90%) dos 50 gestores e personalidades ligadas ao mar da generalidade dos sub-sectores da economia do mar em Portugal inquiridos no âmbito da 8ª edição do LEME – Barómetro da PwC da Economia do Mar, dedicada ao tema da «Revolução Digital e a Economia do Mar».
Os resultados globais do inquérito são hoje apresentados em Lisboa, juntamente com a 3ª edição do estudo «Circum-navegação: LEME Mundo», sobre as principais tendências das indústrias do mar à escala global, numa sessão na qual está prevista a presença da ministra do Mar. A propósito do tema, Miguel Marques, sócio da PwC para os assuntos do mar, “…os líderes das diferentes indústrias do mar, começam a ter a noção de que se não abraçarem a revolução digital, aproveitando todos os seus benefícios e construindo bases sólidas de protecção contra ciberataques, a economia do mar será como uma embarcação à deriva num vendaval de transformações”.
O inquérito concluiu igualmente que dos 12 tópicos sobre os quais os gestores foram questionados, os que terão efeito sobre maior número de indústrias são o Big Data Analytic (análise de dados em massa por ferramentas informáticas), o Internet of Things (disponibilização de serviços que permitem executar tarefas via internet) e o Smart Sensors (uso de sensores que recolhem, enviam, analisam e processam dados). E que as áreas mais impactadas pela revolução digital serão a dos portos/transportes marítimos (incluindo a logística e a expedição) e a intervenção do Estado no mar (defesa, segurança e outras funções).
Segundo revela o inquérito, no caso do Big Data Analytic, foi considerado que vai elevado impacto em portos/transportes (90% dos gestores) e na acção do Estado no mar (86% dos gestores), sem excluir o mesmo grau de importância atribuído a outras áreas. Já em Internet of Things, foi atribuído impacto elevado em portos/transportes por 76% dos gestores e na intervenção do Estado no mar por 62% dos inquiridos, novamente sem exclusão de outras áreas. E em Smart Sensors, os portos/transportes mereceram a previsão de impacto elevado por 78% dos gestores e a acção do Estado no mar mereceu a mesma classificação também por 78% dos inquiridos, nas mesmas condições dos tópicos anteriores.
O trabalho da PwC contempla também diversas sugestões dos inquiridos para maximizar os benefícios da digitalização junto da economia do mar. Entre outras ideias, os inquiridos mencionaram a formação dos novos actores do sector incorporando as transformações digitais, a cooperação dos investigadores de tecnologias digitais com os agentes económicos visando a partilha de informação e o desenvolvimento de negócios e não apenas a acumulação de conhecimento e dados, o uso das novas tecnologias digitais no fomento da desburocratização, a redução de custos no sector decorrentes da transformação digital e o cumprimento de estratégias e directivas europeias sobre estas matérias.
