A falência da Hanjing Shipping deixou a aliança The Alliance numa posição desvantajosa em termos de dimensão face aos seus futuros rivais, a 2M Alliance (MSC e Maersk) e a Ocean Alliance (CMA CGM, Cosco, Evergreen e OOCL) segundo a consultora Drewry, citada pelo World Maritime News.
Em Maio, quando vários parceiros, incluindo, além da Hanjing Shipping, a Hapag-Lloyd, a “K”Line, a Mitsui O.S.K. Lines, a Nippon Yusen Kaisha e a Yang Ming, decidiram criar a The Alliance, existia a perspectiva de representarem 18% da frota mundial de porta-contentores.
O objectivo desta aliança era o de servir as rotas Leste-Oeste a partir de Abril de 2017. No horizonte estava também a inclusão da Hapag-Lloyd e da United Arab Shipping Co. (UASC), que entretanto assinaram um acordo de fusão entre si, na aliança.
Segundo a Drewry, parte do vazio deixado pela Hanjing Shipping na The Alliance pode ter ficado preenchido com a presença da Hapag-Lloyd e da UASC, que vieram acrescentar cerca de 315 mil TEU à capacidade da aliança nas rotas Leste-Oeste.
Em Agosto, antes de pedir a protecção de credores, a Hanjing Shipping era a segunda maior companhia da The Alliance, à qual fornecia uma capacidade nominal de 460 mil TEU naquelas rotas, onde representava, só por si, 5% da quota de mercado.
A perspectiva da adesão da Hyundai Merchant Marine (HMM), também sul-coreana e em dificuldades financeiras e com o mesmo credor da Hanjing Shipping (Korea Development Bank), à The Alliance, e que poderia ampliar a sua capacidade de transporte, ficou frustrada com a divulgação de notícias que davam conta do interesse da empresa em integrar a 2M Alliance, cuja fusão depende da decisão final das autoridades norte-americanas (US Federal Maritime Commission, ou FMC).
Ora, segundo dados de Agosto, quando estava iminente a queda da Hanjing Shipping, a capacidade de transporte da The Alliance na rota Leste-Oeste correspondia a 24% do Mercado (excluindo a Hanjing Shipping, mas incluindo a UASC), abaixo das quotas de 31% da 2M Alliance e da HMM, e de 34% da OCEAN Alliance.
Diz o World Maritime News que o acordo da HMM com a 2M Alliance está por concluir e que a HMM pode mesmo ser uma das compradoras dos navios detidos pela Hanjing Shipping, maiores e mais modernos e cujo destino permanece incerto.
Face a todos estes dados e nas condições actuais, a Drewry considera que as mais rigorosas previsões sobre o mercado tornam seguro dizer que a The Alliance será sempre muito menor do que as suas duas rivais. A consultora considera também muita reduzida a possibilidade de crescimento da aliança com navios exteriores às rotas Leste-Oeste da própria The Alliance.
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