O presidente da SAPEC e da Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET), Antoine Velge, apelou ontem ao Governo e à Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) para que mantivessem a competitividade do porto de Setúbal, que reconheceu ser o principal porto industrial do país.
Antoine Velge falava no seminário «Setúbal, Porto e Cidade – Crescer em Conjunto», promovido pela APSS e a Câmara Municipal de Setúbal no âmbito da 4ª edição da Semana do Mar de Setúbal, inserido num painel dedicado ao tema de Setúbal: Uma estratégia de reforço da actividade portuária – reflexos na economia da cidade e da região.
Na mesma intervenção, o presidente da SAPEC e da AISET acrescentou que essa competitividade é importante para o porto e que existem concorrentes na Península Ibérica, designadamente em Espanha, que “estariam encantados” em captar o movimento do terminal ro-ro do porto setubalense, manifestando preocupação com a possibilidade de aumento das taxas no terminal.
Recordou igualmente que o investimento privado nos portos é cada vez mais elevado, pelo que é importante existirem condições interessantes para tal investimento. Enquanto presidente da SAPEC, concessionária de um terminal de serviço público em Setúbal, referiu que os prazos de concessão poderiam ser melhorados e, mais uma vez, usou o exemplo espanhol, onde há concessões com prazos substancialmente superiores (e portanto, eventualmente mais interessantes) às dos portos portugueses.
Presente no seminário e no mesmo painel, Lídia Sequeira, presidente da APSS, esclareceu que existe actualmente um esforço de investimento público com o objectivo de captar investimento privado e que, no caso do terminal ro-ro do porto setubalense existe “um esforço de racionalização” e que as taxas “são uma falsa questão”, até porque são “das mais baixas da Europa”.
Segundo esclareceu Lídia Sequeira, face à montagem de um novo modelo automóvel, a Autoeuropa solicitou o uso de mais área do terminal ro-ro, ou seja, além da que normalmente usa (seis hectares) até aos 10 hectares. Uma realidade que está prevista no contrato que tem com a APSS, explicou Lídia Sequeira.
Adiantou ainda que não se justifica concessionar o terminal e que a taxa para o parqueamento se mantém gratuita nos primeiros dois dias, é moderadamente aumentada depois até ao quinto dia, agravada do quinto ao 20º dia, a partir do qual se torna proibitiva. O objectivo é manter o terminal ao serviço da indústria automóvel, o seu principal destino, e não dedicá-lo à exportação, embora a presidente da APSS admita que isso aconteça.
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