Os portos do Continente movimentaram 84,9 milhões de toneladas de carga entre Janeiro e Novembro (inclusive) de 2018, menos 4,4% do que no período homólogo do ano anterior, refere um relatório recente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Dos portos que registaram quebras no movimento de carga, destacam-se os de “Sines, Lisboa e Leixões que registaram respectivamente variações de -2,6 milhões de toneladas (-5,6%), -796 mil toneladas (mt) (-7,1%) e -469 mt (-2,6%) e ainda Setúbal com -278 mt (-4,6%)”, refere a AMT.
Os mercados mais relevantes nestas quebras são os de “produtos energéticos, nos casos de Leixões e Sines, e da carga contentorizada, nos casos de Lisboa e Setúbal”. Em contrapartida, os portos de Sines e Leixões registaram aumentos de movimentos de carga contentorizada (+838 mt e +313,4 mt, traduzindo crescimentos de +4,3% e +6,8%, respectivamente), refere a AMT.
No período analisado, o porto de Sines confirmou “a posição de líder no segmento dos contentores, detendo uma quota de 58,3%, superior em 2 pontos percentuais (pp) à registada no período homólogo anterior” e “na segunda posição segue Leixões com 22,1%, reflectindo um ganho de 0,9 pp face a 2017, depois Lisboa com 14,5%, recuando -2,1 pp, e Setúbal, que recua -0,7 pp”, refere a AMT.
Em contra-ciclo, os portos de Aveiro e Faro registaram desempenhos globais positivos, com crescimentos de 6,2% e 74,3% respectivamente.
“Dos mercados com desempenho negativo destacam-se os mercados de carvão e petróleo bruto de Sines, com quebras respectivas de -1,45 milhões de toneladas e -1,04 milhão de toneladas (36,4% e 26,2% do total de carga desembarcada ‘perdida’), o do petróleo bruto de Leixões (-696,22 mt), e com menor expressão o da carga contentorizada de Lisboa (-208,6 mt) e dos minérios de Leixões (-131 mt)”, indica a AMT.
“Com desempenho positivo, destacam-se o dos outros granéis sólidos e da carga contentorizada de Leixões, ambos com cerca de +267 mt (14,1% do total das variações positivas na carga desembarcada), e os de carga contentorizada e outros granéis líquidos de Sines, respectivamente com +261,3 mt e +205,8 mt, bem como o da carga fraccionada de Aveiro, com +161,1 mt e dos outros granéis sólidos de Setúbal (+150 mt) e de Aveiro (+103 mt)”,nota a AMT.
“Ao desempenho negativo dos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz não é alheio o clima de instabilidade laboral verificada, que tem determinado a transferência de tráfego para Leixões e Sines, sendo de salientar que o crescimento deste último se deveu principalmente ao tráfego com o hinterland, que registou uma taxa de +13,4%, quando o transhipment, que representou 77,6% do total, apenas cresceu +0,7%”, explica a AMT.
Em termos de movimento de navios, “no conjunto das suas diversas tipologias e independentemente das operações efectuadas”, verificou-se “uma quebra, quer no número de escalas, quer no seu volume interno, de -3,4% e de -1,3%, que determinaram respectivamente o registo de 9.742 escalas e de uma arqueação bruta de 189,24 milhões”, refere a AMT.
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