Neste momento, a situação afigura-se encontrar-se num impasse depois das reuniões de Terça-feira não terem conduzido a solução nenhuma, tendo o Governo de Madrid acabo por dar uma semana para que sindicatos e operadores cheguem a um acordo mas sendo a oposição dos sindicatos essencialmente dirigida ao próprio princípio de liberalização do trabalho portuário a ser consagro hoje no Decreto-Lei a ser aprovado em Conselho de Ministros, como os especialistas referem, não se vislumbra uma saída fácil, mesmo encontrando-se nova ronda de negociações previstas já para a próxima-Terça-feira.
Como se sabe, a questão decisiva respeita ao facto de, actualmente, todos os trabalhadores dos portos têm de ser contratados à SAGEP, Sociedade Anónima de gestão de Estivadores Portuários, todos eles também forçosamente sindicalizados, situação de monopólio com a qual a nova Lei termina, impondo uma liberalização no trabalho portuário.
Afirmando que tal alteração irá conduzir a uma perda de postos de trabalho, os sindicatos, através da Coordenadora Estatal dos Trabalhadores do Mar, CETM, opõe-se radicalmente, não aceitando os princípios de liberalização subjacentes à nova legislação e mantendo, consequentemente, a intenção de entrada em greve a partir do próximo dia 6 de Março, por períodos de 12 horas, realizada alternadamente nos principais portos nacionais, por 9 dias consecutivos, mesmo quando o Ministro, Íñigo da la Senna, propôs três anos para evolução e adaptação gradual da situação uma vez aprovado o Decreto-Lei que terá ainda de passar também nas Cortes.
De salientar que as reuniões verificadas em Algeciras na Segunda e Terça-feira, a CETM contou igualmente com a presença e apoio local de delegações do Conselho Internacional dos Estivadores, IDC, bem como da Associação Internacional dos Estivadores, ILA, e do Sindicato Internacional de Estivadores e Armazenistas, ILWU, integrando membros de ambas as Costas dos Estados Unidos, além de delegados de múltiplos outros sindicatos, idos desde países da América do Sul até à Austrália, e representantes de sindicatos europeus da Bélgica, Dinamarca, França, Inglaterra e Portugal.
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