Um relatório de uma consultora concluiu que a procura de combustíveis e a evolução das economias emergentes, especialmente na Ásia-Pacífico, criará um ambiente propício ao desenvolvimento dos portos nos próximos anos
Porto de Roterdão

Sem surpresa, um relatório da consultora Coherent Market Insights, sedeada na Índia, concluiu que até 2025 o mercado das infra-estruturas portuárias conhecerá um crescimento. E que na base desse crescimento está o aumento do comércio marítimo e grandes investimentos em infra-estruturas nas economias emergentes da Ásia-Pacífico e Médio Oriente.

O relatório, intitulado «Port Infrastructure Market – Global Industry Insights, Trends, Outlook, and Opportunity Analysis, 2016-2024», refere que a racionalização de processos e a necessidade de redução de custos no transporte marítimo de carga contentorizada ao longo dos últimos 50 anos induziram projectos de plataformas cada vez mais modernas e em larga escala para contentores.

O documento sublinha que grandes projectos para movimentação de combustível em Saldanha Bay (África do Sul) e novos terminais petrolíferos em Mombaça (Quénia) deverão ser sujeitos a forte procura com incidência na movimentação de petróleo, carvão e gás.

O mesmo relatório lembra, por exemplo, que de acordo com uma análise do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o consumo de gás natural deve atingir 203 triliões de pés cúbicos em 2040, ou seja, mais 70% do que em 2012. Isto revela uma tendência para que a crescente procura de combustíveis, particularmente nas economias emergentes, como a China, a Índia, o México e a Indonésia, possa induzir um crescimento sólido de plataformas para a movimentação deste tipo de produtos ao longo deste período.

Igualmente mencionado é o factor estratégico. As principais economias no sul da Ásia, como a China, o Japão e a Índia, investem cada vez mais em infra-estruturas que lhes permitam aceder a recursos e mercados na zona do Oceano Índico. Por outro lado, terminais obsoletos e congestionados em países como o Paquistão, o Bangladesh, Myanmar e mesmo a Índia, estão a deslocar o comércio marítimo para infra-estruturas mais modernas da China e do Japão, aumentado a concorrência entre países com amplas linhas costeiras na Ásia-Pacífico que procuram afirmar a sua superioridade e gerando um ambiente favorável ao desenvolvimento de infra-estruturas portuárias globais.

 



Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill