Dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes revelam que o movimento de carga nos portos nacionais cresceu em Janeiro face ao mês homólogo do ano anterior
AMT

Em Janeiro, os portos do Continente registaram um movimento de carga de 8,25 milhões de toneladas, mais 7,1% face ao mês homólogo de 2018, um “desempenho essencialmente induzido pelo comportamento dos portos de Sines e de Setúbal, onde se verificam acréscimos de +19,7% e de +3,5%, respectivamente”, refere a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Os portos de Sines e Setúbal foram, aliás, os únicos com uma variação positiva em Janeiro, “tendo os restantes diminuído o volume da carga movimentada, em termos globais, independentemente da sua tipologia”, refere a AMT. E aqui são destacados os portos da Figueira da Foz, “que registou uma variação negativa de -25,5%, que traduz a significativa irregularidade mensal que o caracteriza”, Leixões, “que diminui -5,2%, Aveiro e Lisboa, que assinalam ambos uma quebra de -4,2%”, sublinha a AMT.

Para o desempenho global positivo face a Janeiro de 2018, a AMT refere que a nível de tipo de carga, foi importante o “comportamento da Carga Contentorizada (+14,3%) e do Carvão (+81,4%), sendo ainda de sublinhar o da Carga Fraccionada (+24,3%), bem como dos Outros Granéis Líquidos (+39,5%) e dos Produtos Petrolíferos (+4,8%)”.

Em termos de Contentores, a AMT refere que em Janeiro deste ano movimentaram-se 261.055 TEU, mais 15,4% do que em Janeiro de 2018, mas “aquém em -0,1% do valor mais elevado de sempre verificado nos meses homólogos, registado em 2017”. Um comportamento que a AMT considera “suportado no crescimento de Leixões e de Sines, com +21,5% e +21,9%”. E a que não são indiferentes as variações positivas “de Setúbal (+6,1%) e da Figueira da Foz (+1,5%)”, que “anularam a variação negativa observada em Lisboa, de -13,3%”.

Este desempenho do porto de Sines traduz a manutenção da sua liderança neste segmento de mercado, com uma quota de 61,5%, mais 3,3% do que em Janeiro de 2018, mas inferior em 0,8% “ao seu máximo histórico de 2017”, lembra a AMT. O porto de Leixões aumentou a sua quota em 1,1%, para 21,3%, e Lisboa e Setúbal perderam quota, (-3,9%, para 11,7%, e -0,4%, para 4,9%, respectivamente).

Ainda a propósito do porto de Sines, o principal do país, a AMT refere que o transhipment “ascendeu a 74,6% do tráfego do próprio porto e representa 45,8% do total do sistema portuário do Continente, tendo crescido +15,8% comparativamente ao mês homólogo de 2018”. A AMT destaca também “o comportamento francamente positivo que tem vindo a ser manifestado pelo seu tráfego com o hinterland que, neste mês de Janeiro, regista o valor mais elevado de sempre, 40,8 mil TEU, após variação homóloga de +44,4% e de um acréscimo de +5,3% relativamente ao mês anterior”.

Quanto ao movimento de navios em Janeiro de 2019, a AMT refere que se realizaram 835 escalas, menos 3,5% do que em Janeiro de 2018, e correspondentes a “um volume de arqueação bruta superior a 16,7 milhões, que reflecte um acréscimo homólogo de +9,7%, alavancado no comportamento de Sines que registou um aumento de +16% (com +1,6% no número de escalas), atingindo o volume mais elevado de sempre, de cerca de 8,5 milhões”. Nesta matéria a AMT destaca “também Leixões e Lisboa, que cresceram +9,1% e +5,5%, respectivamente, não obstante as reduções de -4% e de -3,5% no número de navios.



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