Segundo um estudo da Drewry, o porto de Dover tem resiliência para uma resultante de um Brexit sem acordo. Possui capacidade de controlo de fronteiras, check-in, área de embarque e acostagem para atender à procura cm uma margem de segurança
Chistopher Sabine

Mais de metade dos cidadãos britânicos e a maioria das pequenas e médias empresas não estão preparadas para uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem acordo, reportavam há dias meios de comunicação nacionais. Mas o porto de Dover está. Segundo a consultora Drewry, o porto tem resiliência para lidar com moderada perturbação de que possa vir a ser alvo neste contexto.

 

Na falta de estudos precisos e concretos sobre o futuro do comércio marítimo de curta distância entre o Reino Unido e a UE, particularmente para o porto chave de Dover, a Drewry realizou uma avaliação da capacidade do porto, analisando elementos-chave e realizando análises de sensibilidade para determinar em que circunstâncias podiam gerar-se congestionamentos. O estudo analisou também a disponibilidade de rotas alternativas para o tráfego de mercadorias.

 

“Com metade de todo o tráfego de carga movido para e a partir da UE, Dover é de longe o maior porto de Ro-Ro do Reino Unido. Dada a sua importância, estávamos ansiosos para avaliar os efeitos potenciais do Brexit na capacidade da Dover”, comentou Tim Power, líder da Drewry Maritime Advisors.

 

O estudo conclui não só que o porto possui capacidade de controlo de fronteiras, check-in, área de embarque e acostagem para atender a tal procura com margem de segurança (podendo ter de enfrentar um aumento de 50% no tempo de resposta, embora picos de tráfego do comércio cross Ro-Ro do canal precisem de uma melhor gestão), e que existem rotas alternativas.

 

Se o porto de Dover fosse restrito em termos de capacidade, alguma carga que não necessitasse de serviços de trânsito de alta frequência poderia ser acomodada em serviços de reboque desacompanhado ou contentores de curta distância. No entanto, as cadeias de abastecimento teriam de ser redesenhadas. Ainda que, segundo o estudo, não fosse necessário reencaminhar mais de 20% de tráfego. Já os novos processos alfandegários, projectados para manter o fluxo de tráfego através do porto, foram realizados mas não testados, embora sejam igualmente uma mais valia no caso que se prevê.



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