O mercado de porta-contentores deverá continuar a sentir os efeitos negativos do excesso de capacidade em 2017, admite a plataforma de informação sobre transporte marítimo Alphaliner, citada pelo World Maritime News. Segundo a plataforma, no final de 2016, a frota global deste tipo de navios tinha registado a pior taxa de crescimento de sempre (1,5%) e correspondia a 20,27 milhões de TEU.
A Alphaliner refere também que em 2016 foram desmantelados 200 porta-contentores, equivalentes a 644.300 TEU. As encomendas caíram 46%, para 934 mil TEU, face a 2015 e as fracas perspectivas de emprego levaram os armadores a retardar entregas de cerca de 60 navios, numa capacidade total de 400 mil TEU, e estima-se que tenham sido canceladas18 entregas, equivalentes a uma capacidade total de 57 mil TEU.
Apesar deste panorama, a frota de porta-contentores inactivos atingiu o recorde de 1,59 milhões de TEU em Outubro, antes de cair para 1,42 milhões de TEU no final do ano. Um excesso que permanece uma preocupação para o sector, especialmente quando se prevê um volume de 1,7 milhões de TEU em novos porta-contentores para este ano, de acordo com a Alphaliner.
Por outro lado, a consultora Moore Stephens Partner, Shipping & Transport, citada pelo World Maritime News, referindo-se ao transporte marítimo em geral, admitiu que novas encomendas de navios continuarão a ocorrer e que se tal não se verificasse, muitos estaleiros ficariam em dificuldades.
A consultora também admite que continuará a crescer o volume de desmantelamento de navios e que o custo da aplicação de novas regras, especialmente relacionadas com a utilização de combustíveis com menor teor enxofre e de novos sistemas de tratamento de águas de lastro, se tornará progressivamente mais claro para a indústria e os seus financiadores.
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