A empresa de ferries e logística pan-europeia P&O Ferries decidiu abandonar o registo de navios britânico e registar a sua frota de seis navios que operam entre Dover e Calais, no Canal da Mancha, no Chipre, segundo referiu o World Maritime News. A decisão é uma antecipação de uma possível saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem acordo e é justificada com o interesse da empresa em manter o regime fiscal da UE, refere o jornal.
Quer por razões contabilísticas, quer por razões operacionais, “concluímos que era melhor registar todos os navios sob bandeira de Chipre”, reconheceu um porta-voz da empresa, citado pelo mesmo jornal. O mesmo responsável terá acrescentado que o registo cipriota está na Lista Branca dos Memorandos de Entendimento (MoU) de Paris e Tóquio, o que se reflecte em menos inspecções e atrasos para a empresa.
Quem já reagiu contra a decisão da P&O Ferries foi o Sindicato Nacional dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e dos Transportes do Reino Unido, que acusou a empresa de oportunismo e de sempre ter desejado estabelecer-se sob um paraíso fiscal, apontando o que já terá acontecido com a sua frota no Mar da Irlanda e Mar do Norte, refere o jornal.
Além disso, o sindicato tem pelo destino dos trabalhadores da empresa seus associados, cerca de 730, e exige que a sua situação não fique ameaçada com esta decisão. E rejeita que a P&O use o argumento do Brexit para introduzir um modelo salarial low-cost para as tripulações que fazem a rota Dover-Calais.
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