A perspectiva para 2017 no que respeita ao mercado dos contentores, segundo um recente relatório da AlixPartners, continua pouco animador, enfrentando uma aparente quebra continua do lado da procura.

De facto, segundo o relatório da AlixPartners, o mercado dos porta-contentores iniciou 2017 a enfrentar não apenas a fraca procura que tem vindo a assombrar o sector e a conduzir aos já bem conhecidos desequilíbrios entre a oferta e a procura, não sem iguais reflexos financeiros, nada augurando de benéfico a entrada em operação dos novos mega porta-contentores que não deixarão de fazer acentuar ainda mais esse mesmo desequilíbrio.

Para além disso, tanto o Brexit como as mais recentes decisões políticas da nova Administração Norte-Americana também não ajudam a superar as actuais incertezas no futuro próximo do comércio mundial, mantendo-se apenas a esperança de uma possível manutenção do aumento das taxas de frete verificado no último trimestre de 2016 nas rotas Este-Oeste.

Num tal enquadramento, a AlixPartners entende que os armadores vão enfrentar decisões difíceis em 2017, tendo que, por um lado, à medida que procuram libertarem-se das aflições financeiras, esmagando, tanto quanto possível o CAPEX e o OPEX, continuando também com o desmantelamento, é inevitável que sejam igualmente obrigadas a reduzir custos através de uma fusão integrada de postos de trabalho e uma adicional racionalização das respectivas frotas de modo a permitir um novo ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura.

O sinal positivo para 2017, ainda segundo o relatório da AlixPartners, é, de facto, o aumento das taxas de frete verificado no último trimestre de 2016 na sequência da falência da Hanjing mas a capacidade de os armadores conseguirem ou não um aumento dos preços dos fretes dos contractos nas rotas transpacíficas é o que irá realmente decidir se 2017 irá constituir um ponto de viragem ou apenas mais um mau ano numa interminável cadeia de sucessivos prejuízos.



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