Em 2016, as perdas totais relatadas de navios no mar (54), equivalente a 0,02% da tonelagem bruta existente no início desse ano, representaram um mínimo histórico, apesar de a frota mundial ter atingido a maior dimensão de sempre, segundo a consultora Clarksons Research.
Estes dados indiciam uma trajectória descendente na perda total de navios (perdidos para sempre devido a encalhe, afundamento ou outros incidentes) nos oceanos, justificada por melhoramentos nos designs, maior número de inspecções e um declínio na proporção de navios com mais de 25 anos, segundo a consultora.
De acordo com as estatísticas da Clarkson Research, entre 1996 e 2016, foram relatadas perdas de 160 graneleiros (3,7 milhões de tonelagem bruta), equivalentes a 36% da tonelagem total. Em média, as perdas anuais de graneleiros representavam 0,09% da tonelagem existente no início desse ano.
No mesmo período, foram relatadas perdas de 143 navios tanque e 49 porta-contentores, respectivamente 9% e 5% das perdas totais, que representavam perdas anuais de 0,02% e 0,03% nos respectivos segmentos.
Entre os graneleiros, as perdas mais comuns registaram-se nos navios maiores (média de 23.247 toneladas brutas, contra 6.181 dos navios-tanque, diferença que se fica a dever a uma regulamentação mais apertada para estes últimos desde os anos 90 e a melhoramentos nos processos de verificação).
De acordo com a consultora, foi nos sectores com maior número de navios mais pequenos, nos quais se regista a maior proporção de perdas (a média mais elevada foi de 7 mil toneladas brutas no ano 2000), que se verificou a maioria das perdas em termos numéricos.
Na década em análise, refere a consultora, foram registadas perdas totais de 1.033 navios entre os de carga geral, equivalente a metade do seu total em ternos numéricos. Já entre os navios de passageiros e RoRo perderam-se 184 navios, maioritariamente pequenos ferries de passageiros (exceptuando os casos do Costa Concordia e do Sewol), sobretudo no Sudeste Asiático.
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