Catástrofes naturais mais frequentes e mais mercadoria transportada elevam riscos para as seguradoras
Seguros marítimos

O crescente volume de perdas na indústria marítima pode vir a criar forte pressão sobre as seguradoras, referiu Dieter Berg, presidente da União Internacional dos Seguros Marítimos (UISM, ou IUMI, conforme a sigla em inglês), no encerramento da conferência anual da organização, em Génova, na Itália.

Na ocasião, Dieter Berg mencionou os casos do terramoto no Chile, em 2010, do terramoto e maremoto no Japão, em 2011 (ambos provocaram perdas de 3,3 mil milhões de euros), das cheias na Tailândia, em 2011 (perdas de 2,2 mil milhões de euros), do furacão Sandy, em 2012, (perdas de 2,6 mil milhões de euros) e da explosão em Tanjin, em 2015 (perdas esperadas entre 2,6 a 3,4 mil milhões de euros).

“O nosso sector está preocupado com o facto de as catástrofes naturais, resultantes de alterações climáticas, estarem a ocorrer com maior frequência e gravidade”, referiu Berg, recordando que os problemas no mar estão, frequentemente, associados a perdas de propriedades em terra.

Paralelamente, “a globalização e o implacável crescimento do comércio internacional estão a provocar um aumento no valor dos bens transportados por mar e um crescimento no volume de bens armazenados em grandes porta-contentores ou em terminais portuários”, referiu.

O mesmo responsável acrescentou que tudo isto tem enorme potencial de perdas e que “as recentes perdas marítimas foram muito dispendiosas para as seguradoras”. Considerou também que “muitas vezes, ocorre uma acumulação de vários negócios nas companhias, podendo provocar perdas de mercadoria, perdas de contentores, estragos em armazéns, destruição de automóveis, danos nas embarcações de recreio e até perdas de objectos de arte”.

Neste contexto, Berg apelou à indústria para que compreendesse a sua postura agregadora, acautelasse a sua exposição e avaliasse cuidadosamente as suas posições de risco.

Durante a conferência, Nick Derrick, da Comissão de Mercadorias da IUMI, revelou que houve uma redução nos prémios dos seguros de mercadorias de 9% entre 2014 e 2015, a que não foi alheio um dólar forte.



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