Recentemente as questões associadas à energia renovável offshore têm-se tornado um assunto pertinente. Por um lado, pelas implicações económicas que dela fazem parte, mas também pela potencialidade social, ambiental e política. Partindo do principio que em termos económicos se prevêem ligações entre os vários setores que fazem parte do cluster offshore, pergunta-se qual o modelo de negócio que as organizações deverão apresentar. O modelo de negócio deve basear-se num modelo associado à inovação e competitividade do setor, mas também num modelo de organização virado para a colaboração entre as várias empresas. Estudos recentes apontam o futuro cluster offshore como um cluster inovador e competitivo, onde os fluxos de transferência de bens e serviços irão promover a competitividade entre as várias empresas que dele fazem parte. Várias variáveis devem ser questionadas para que as organizações que fazem parte do cluster offshore se tornem profícuas e competitivas. O modelo operacional do negócio offshore deve assentar nas parcerias privadas e públicas, onde se identifique a colaboração com universidades, centros de investigação, organizações privadas e institutos de formação tecnológica. Deve-se privilegiar um modelo de negócio assente essencialmente em serviços relacionados com processos de inovação, serviços financeiros, equipamentos de reparação e manutenção, mas também, num modelo de negócio onde existam fornecedores de serviços de apoio, em matérias-primas, maquinaria, componentes electrónicas e serviços técnicos. Contudo, a cooperação entre organizações deve estar assente na ligação entre várias empresas pela tecnologia, agentes da administração pública, empresas da mesma cadeia de valor, e empresas do mesmo sector de produção. Aponta-se várias linhas de intervenção, como: a estratégia de mercado das empresas do setor, vectores de desenvolvimento do negócio e, por último, as potencialidades do cluster das energias offshore, a nível nacional, mas também europeu. O modelo de negócio deve ser coeso, cooperante e colaborativo, onde se destacam os seguintes pontos: inovação, interesse público, diversidade geográfica, apoio governamental, ecoindústria, e conhecimento. Por outro lado, um dos pontos fracos relacionados a com a implementação do modelo de negócio do cluster offshore em Portugal deve-se essencialmente às estratégias colaborativas entre os stakeholders e, à falta de planeamento estratégico entre as organizações. Por fim, as oportunidades, economia de escala, investimento, atividades relacionadas com a inovação e desenvolvimento, e networking entre os vários stakeholders.
Muito pertinente. De facto, o ponto mais fraco nos modelos de negócio, fraqueza transversal a muitos setores, e ao serviço público também, é a «falta de planeamento estratégico entre as organizações». Assunto para investimento sério e duradouro para os serviços de planeamento estratégico (Indico a SAER como caso exemplar em 2009 para a Economia do Mar) e para o Estado.