No princípio da próxima semana, podem ser anunciados números
COSCON

Os operadores do porto de Lisboa anunciaram que no princípio da próxima semana estarão em condições de divulgar quantos trabalhadores serão alvo de processo de despedimento. Conforme fizeram saber, os operadores só não prosseguirão com o despedimento colectivo se entretanto for alcançado um acordo que coloque um fim à greve.

Por outro lado, o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores de Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, que reuniu em plenário na passada quarta-feira, decidiu manter a greve até ao próximo dia 16 de Junho. E mantém as principais exigências que tem feito até aqui, com destaque para o encerramento da PORLIS, o fim da precariedade do trabalho portuário, nova tabela salarial, progressão na carreira e mais controlo da gestão portuária.

O mesmo sindicato mantém igualmente as acusações de ilegalidade de algum do trabalho portuário que se continua a realizar em Lisboa, com recurso a trabalhadores recrutados pela PORLIS, relacionado com a retirada dos contentores do porto.

A propósito dessa operação, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) emitiu há dois dias um comunicado de imprensa no qual defendia o papel dos motoristas de pesados seus associados, que foram hostilizados pelo piquete de greve dos estivadores enquanto realizavam o seu trabalho.

Nesse comunicado, depois de repudiar actos hostis contra os motoristas, a ANTRAM admitia que “não terá quaisquer dúvidas em apoiar os seus associados na responsabilização institucional ou pessoal por qualquer acto que ponha em causa, no presente ou no futuro, a integridade dos colaboradores ou dos equipamentos das empresas de transporte rodoviários de mercadorias durante o presente período de greve”.

Entretanto, numa reportagem apresentada na RTP, alguns alegados estivadores do porto de Leixões, sob anonimato, admitiram que naquela infra-estrutura portuária existem situações de trabalho degradantes e ameaças de despedimento pelos operadores a trabalhadores que decidam sindicalizar-se. Uma realidade que não confirmámos.



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