Na primeira semana da crise, porto do Omã registou mais 75% de escalas de navios
Hyundai Merchant Marine

O número de navios a escalar Omã aumentou 75% na semana em que a Arábia Saudita, o Egipto, os Emiratos Árabes Unidos e o Barhein suspenderam as relações comerciais com o Qatar, refere o World Maritime News, citando dados do fornecedor de serviços informáticos de gestão ao transporte marítimo CargoSmart.

Antes do conflito diplomático, que ocorreu em 5 de Junho, o número de escalas semanais em Omã entre Março e Maio era de oito navios, que aumentou para 14 na sequência da crise. Registou-se também um aumento do número de escalas de navios com capacidade inferior a 4 mil TEU (de 5 para10 escalas semanais).

Uma das razões para o fenómeno pode ter sido o lançamento de novos serviços entre o porto de Hamad, no Qatar, e o de Sohar, em Omã, anunciado pela autoridade portuária do Qatar, designadamente um serviço lançado já depois do início do conflito diplomático e comercial e anunciado pelo ministro dos Transportes e Comunicações daquele país, conforme referia o World Maritime News em 12 de Junho.

Na edição de ontem, o mesmo jornal referia também que a Maersk Line anunciou a utilização de navios feeder entre o Qatar e Omã para evitar as restrições comerciais impostas pelos países árabes ao Qatar, o que poderá igualmente ter contribuído para reforçar o número de escalas no Omã.

Entretanto, o jornal, citando declarações de um porta-voz do Governo dos Emiratos Árabes Unidos à BBC, referiu que as sanções impostas ao Qatar podem prolongar-se indefinidamente, dado que o país não parece capaz de cumprir as exigências que lhe foram feitas por vários países árabes, como o fim do financiamento ao terrorismo (que o Qatar negou estar a realizar), o encerramento da estação televisiva Al Jazeera e a diminuição dos laços que mantém com o Irão, entre outras. Uma situação que pode levar à exclusão do Qatar do Conselho de Cooperação do Golfo.

O Qatar tem reagido a estas acusações e ameaças, argumentando que a sua inegociabilidade viola os princípios das relações internacionais, reclamando provas dos factos alegados pelos seus adversários e manifestando disponibilidade para o diálogo, desde que seja confrontado com evidências.



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