Os navios de pavilhão português, que actualmente estão registados maioritariamente no Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), foram admitidos no índice de qualidade da Guarda Costeira dos Estados Unidos
SEASOLAS

Desde 30 de Junho que os navios com pavilhão português (do registo convencional e do Registo Internacional de Navios da Madeira – MAR) estão aceites no índice Qualship 21, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, (GCEU) o que sucede pela primeira vez. A inclusão dos navios de bandeira portuguesa, tal como a de todos os outros, tem a validade de um ano, após o que será reavaliada. Segundo apurámos, existe a expectativa de que em Junho de 2018 os navios portugueses sejam novamente incluídos neste índice.

O Qualship 21 é um índice que atesta a conformidade dos navios com diversos requisitos internacionais de qualidade e segurança, à semelhança do Paris MoU e Tóquio MoU, e é válido para os portos dos Estados Unidos. Uma certificação pelo Qualship 21, porém, é um reconhecimento da qualidade dos pavilhões que a obtêm e torna os respectivos navios menos sujeitos as inspecções por parte das autoridades nacionais no âmbito do Port State Control.

Ao integrar-se neste índice, na sequência de uma avaliação da GCEU sobre o ratio de identificação de problemas nos navios e o número de navios inspeccionados, Portugal entrou numa lista que inclui Bahamas, Bermudas, Canadá, China, Alemanha, Hong-Kong, Japão, México, Singapura, Reino Unido, Bélgica, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caimão, Dinamarca, Gibraltar, Ilha do Homem, Ilhas Marshall, Filipinas, Coreia do Sul e Suíça.

Consequentemente, isso significa que os navios de bandeira portuguesa foram considerados mais fiáveis do que navios de países com frotas numerosas e mesmo concorrentes, como Malta, Chipre, Grécia, Libéria ou Panamá, entre outros. E por essa via, constitui um factor de prestígio para os registos dos países integrados no índice, logo um factor de atracção para outros navios.

No caso português, para esta inclusão muito contribuiu a evolução do MAR, com centenas de navios registados, dado que o registo convencional nacional tem apenas dois navios. Isso mesmo é sugerido pela GCEU, que refere idade e a qualidade da tonelagem dos navios do MAR, que foi capaz de atrair navios anteriormente registados com bandeiras de países exteriores à União Europeia.

 



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