A queda do preço do petróleo veio aumentar as dificuldades ao transporte marítimo, ao contrário do que seria de esperar, de acordo com a BIMCO (Baltic and International Maritime Council), a maior organização mundial de transporte marítimo.
Se com preços de petróleo elevados era justificada a prática de “slow-steaming”, ou seja, a navegação a velocidades deliberadamente menores do que as permitidas pelas embarcações, designadamente para poupar combustível, a redução dos preços provocou um aumento generalizado da velocidade dos navios.
Acontece que quando foi introduzida, em 2007, a prática do “slow-steaming” também visava reduzir as emissões de poluentes para a atmosfera e absorver o excesso de oferta de navios, além de fazer face a fenómenos como o declínio das taxas de frete e a subida dos custos do armazenamento.
Num mercado já atingido pelo excesso de capacidade de navegação, o aumento da velocidade dos navios não veio facilitar a actividade. Segundo a BIMCO, em 2015 registou-se a maior injecção de sempre em capacidade de transporte marítimo.
Surgiram 208 novos navios (incluindo 46 porta-contentores ultra-largos, com 13,870 TEU de tonelagem, 66 feeders, de capacidade até oito mil TEU, e 99 outros navios de 8.160 TEU de capacidade média), equivalentes a uma capacidade de transporte de 1,67 milhões de TEU.
A BIMCO refere, no entanto, que este ano é esperada uma injecção menor de navios, na ordem das 850 mil TEU. O crescimento maior deverá registar-se, sobretudo nos segmentos superiores a 8 mil TEU de capacidade. Paralelamente, investidores e armadores adiaram parte das suas encomendas. Segundo a BIMCO, em 2015, a taxa de adiamento subiu de 15% para 30%.
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