Em 2017, 52 very large crude carriers (VLCC), petroleiros com um porte bruto, ou deadweight tonnage (dwt), entre 180 mil e 320 mil toneladas, e 65 Suezmaxes, os maiores petroleiros capazes de atravessar o Canal de Suez, com um porte bruto de 150 mil toneladas, deverão entrar ao serviço, aumentando as frotas desses tipos de navios 6% e 8%, respectivamente, refere Jakub Walenkiewicz, principal analista de mercado da DNV GL, sociedade de consultoria, certificação e classificação, citado pelo World Maritime News.
Este ímpeto já tinha sido adiantado pelo nosso jornal, com base em dados da Clarksons Research, segundo a qual nos primeiros cinco meses de 2017 foram encomendados 27 VLCC, num total de 8,5 milhões de toneladas de porte bruto, mais 366% do que no período homólogo de 2016. Para isto contribuiu a baixa de preços dos navios – 80 milhões de dólares (71,4 milhões de euros), no caso dos VLCC, e 53 milhões de dólares (46,3 milhões de euros), no caso dos Suezmaxes -, as baixas margens dos operadores e a fraca procura.
O que poderá ter como efeito o encaminhamento para desmantelamento dos navios mais antigos, que abrirão espaço para os novos e ajudarão a reequilibrar o mercado. Segundo o World Maritime News, em 2020, 100 VLCC terão 20 anos de idade, o que, associado aos baixos preços dos novos navios, torna tentador aproveitar o momento para renovar as frotas, abatendo os navios antigos e encomendando navios modernos. Mas o jornal recorda que os armadores preferem utilizar os navios até às suas derradeiras possibilidades, pelo que não é certo que os remetam para desmantelamento antes do seu limite útil de vida.
Entretanto, o jornal refere que, de acordo com dados da BIMCO, uma associação internacional de agentes de mercado do transporte marítimo, nos primeiros quatro meses, foram enviados para desmantelamento oito petroleiros, incluindo 2 VLCC, 2 Suezmax, 3 Aframax (entre 80 mil e 120 mil toneladas de porte bruto) e um Panamax, num total de 1,3 milhões de toneladas de porte bruto. Com expectativas de se atingirem as 9 milhões de toneladas de porte bruto nesta matéria até ao final do ano.
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