A empresa está empenhada em iniciar um diálogo com todos os interessados para fundar as bases de uma indústria de transporte marítimo sustentável
Maersk

A Maersk anunciou que quer ser uma empresa neutral em carbono até 2050, ou seja, chegar a essa data com uma frota inteiramente não emissora de CO2. A revelação foi feita no seu relatório sobre sustentabilidade apresentado no final de 2018 e é compatível com a meta do sector do transporte marítimo global de reduzir a sua pegada carbónica em 50% até 2050 face a valores de 2008, segundo a empresa.

Defendendo que até se atingir a descarbonização desta indústria é necessário dissociar o crescimento do transporte marítimo das emissões de CO2, a empresa lembra que estabeleceu o objectivo de eficiência de redução relativa das emissões de CO2 em 60% até 2030, face a valores de 2008.

Entretanto, a empresa tinha estabelecido uma meta de redução de 60% demissões de CO2 até 2020 face a valores de 2007. Em 2018, a empresa tinha alcançado os 47%, muito devido a investimentos massivos na optimização da eficiência da frota e melhoramentos no planeamento e optimização das redes, considerando agora que dificilmente chegará aos pretendidos 60% até 2020.

Em todo o caso, a Maersk considerou necessárias grandes inovações e transformações no combustível marítimo ao longo dos próximos cinco a dez anos. Pelo seu lado, a empresa admitiu ter investido cerca de 880 milhões de euros e recorrido a mais de 50 engenheiros anualmente ao longo dos últimos quatro anos para desenvolver e instala novas soluções de eficiência energética nesta indústria.

“Esperamos que este nível de investimento seja sustentado na perseguição de novas metas”, referiu a empresa, considerando, todavia que os ganhos de eficiência não resolvem os problemas das alterações climáticas. “Isso só poderá ser alcançado através da descarbonização”, refere a empresa.

A empresa manifestou intenção de iniciar um diálogo com carregadores, reguladores, investigadores, investidores e promotores de novas tecnologias para juntos, estabelecerem as bases para uma indústria sustentável. Nesse sentido, a Maersk considera que em 2030 já deverão estar a navegar navios comercialmente viáveis de zero emissões, especialmente se considerarmos o tempo de vida útil de um navio, que será de 20 a 25 anos.

 

 



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