Vários meios de comunicação internacionais têm noticiado que os dois Governos actualmente no poder na Líbia concordaram em apoiar a construção de um porto de águas profundas próximo da cidade de Susah e que será, porventura, um dos maiores e mais automatizados portos do género no Norte de África. Depois de concluído, será uma plataforma internacional de transhipment para as linhas principais de navios que se deslocam entre a Ásia e a Europa pelo Canal de Suez, bem como de e para os Estados Unidos pelo Mediterrâneo.
De acordo com as notícias vindas a público, o porto será desenvolvido pelo The Guidry Group, fundado em 1985 e que tem promovido infra-estruturas críticas para recuperar economias em zonas afectadas por conflitos, e que foi escolhido para o efeito entre nove companhias em 2015. De acordo com a empresa, este acordo resulta de três anos de esforços entre ambos os Governos em funções e que agora se uniram em prol desta prioridade, que poderá contribuir para recuperar a economia líbia.
Segundo estimativas, o novo porto, que deverá contemplar carga contentorizada, a granel, geral e eventualmente petróleo e gás, estará operacional em 2020 e em 2022 deverá gerar receitas de 53 milhões de euros, que poderão duplicar em 2040, baseadas na capacidade da infra-estrutura para movimentar cerca de 500 mil TEU no primeiro ano de operações (a fase 1 do projecto), alavancando as duas outras fases previstas.
A fase 1 inclui um cais de 1.350 metros de comprimento com três zonas de atracagem, cada uma com 400 metros, um terminal totalmente automatizado capaz de movimentar mais de 35 contentores por hora em cada grua, quatro gruas de pórtico numa fase inicial e um espaço de apoio à reparação naval e ao equipamento de movimentação de carga. Numa segunda fase, serão acrescentadas zonas de atracagem para vários tipos de mercadoria, conforme a procura.
Recorde-se que a Líbia tem dois Governos, ambos reclamando a legitimidade do poder, um no Leste do país, baseado em Tobruk e conhecido como Governo Interino da Casa dos Representantes, e outro baseado em Tripoli, no Oeste, denominado Governo de Unidade e reconhecido pelas Nações Unidas. Uma divisão resultante do conflito ocorrido após o derrube e a morte do Presidente Muamar Kadhafi, na sequência de uma intervenção militar externa.
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