A International Chamber of Shipping (ICS), a principal organização global de armadores do transporte marítimo, considera que a ratificação da convenção internacional sobre as águas de lastro pela Finlândia, torna “mais vital do que nunca que os Estados membros da IMO” concluam a revisão das orientações para aprovação dos sistemas de tratamento de águas de lastro de tipo G8 na próxima sessão do Comité para a Protecção do Ambiente Marinho da IMO, em Outubro.
De acordo com Esben Poulsson, Chairman da ICS, “devemos garantir que os armadores tenham confiança absoluta em que o equipamento dispendioso que em breve terão que instalar será eficaz no tratamento das águas de lastro normalmente encontradas nas operações internacionais e que será aprovado durante as as acções de Port State Control”, ou seja, durante as inspecções aos navios.
Para este responsável, a fixação de uma data para a entrada em vigor da convenção internacional sobre as águas de lastro, prevista para Setembro de 2017, confere algum grau de certeza aos armadores, que terão de tomar decisões importantes sobre adaptar os equipamentos às novas exigências ou enviar os navios para abate. No entanto, acrescenta que “a entrada em vigor do novo regime da IMO não vai resolver as grandes dificuldades que ainda existem nos Estados Unidos”, que não são membros da IMO.
Nos Estados Unidos, exige-se que os navios que ali aportem tenham um dos sistemas de tratamento de águas de lastro aprovado pela Guarda Costeira norte-americana. No entanto, como a Guarda Costeira ainda não aprovou qualquer sistema, os navios podem beneficiar de prorrogações de prazo para instalar um dos sistemas alternativos, que na prática, são sistemas conformes com as regras da IMO.
Mas tais sistemas só serão aceites por cinco anos, após o que os navios terão que instalar uma das soluções aprovadas pela Guarda Costeira norte-americana, que não garante que um dos sistemas alternativos entretanto instalados e que custam entre 800 mil e 4,5 milhões de euros por navio, sejam necessariamente aprovados.
Esben Poulsson considera que o impasse dos Estados Unidos é particularmente preocupante para os operadores que instalaram sistemas de tratamento de águas por ultra-violeta, pois a Guarda Costeira norte-americana já anunciou, em final de 2015, que não vai aceitar a metodologia usada pela IMO para aprovar tais sistemas quando se tratar de avaliar o número de organismos existentes nas águas de lastro tratadas.
Se os Estados membros da IMO não pressionarem os Estados Unidos a serem pragmáticos, refere a ICS, quando a convenção sobre águas de lastro entrar em vigor no próximo ano, “a indústria do transporte marítimo enfrentará o caos”, afirmou o chairman da organização dos armadores.
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