Em síntese, o que a IBM e a Maersk pretendem é desenvolver um novo sistema com a capacidade de digitalização, gestão e monitorização das múltiplas transacções próprias a toda a cadeia logística do sector marítimo.
A tecnologia, desenvolvida exactamente para proporcionar um exacto registo e possibilidade da sua correspondente monitorização das respectivas e sucessivas transacções de bens em múltiplos sectores de mercado, devera permitir gravar e rastrear o movimento de milhões de contentores à escala global através da simultânea digitalização completa de todos os documentos de todo o processo logístico.
Sendo esperado que o novo projecto possa entrar operação ainda em 2017, o mesmo deverá permitir também, segundo os seus responsáveis, não só economias financeiras na ordem dos milhares de milhão mas também tornar muito mais transparentes e seguras todas as transacções realizadas entre todos os actores ao longo de toda a cadeia logística.
Trabalhando há anos em conjunto, a nova tecnologia tem vindo já a ser testada com algumas entidades oficiais e clientes da Maersk de modo a garantir a perfeita adequação da mesma que, em traços largos, como rede segura partilhada, funciona do seguinte modo:
– A cada elemento com acesso à rede é conferida a possibilidade de conhecimento do estádio de desenvolvimento na cadeia de abastecimento dos respectivos bens;
– Detalhado conhecimento, em tempo-real, da evolução dos correspondentes contentores, com igual acesso aos respectivos documentos, manifestos de carga e demais informação;
– Nenhuma parte pode por si só modificar, apagar ou sequer anexar qualquer registo adicional sem o conhecimento e aprovação das demais;
– Com este grau de transparência e integração, as possibilidades tanto de erro como mesmo de fraude tornam-se francamente mais remotas, bem como permitem uma significativa redução de tempo e carga de processamento administrativa, com não menores ganhos ou economias financeiras.
Para se perceber até que ponto um sistema como o descrito pode ser vantajoso, a Maersk lembra também que, em 2014, todo o processo de um simples carregamento e transporte de bens refrigerados de África para a Europa podia, como então descoberto, ter de passar por mais de trinta diferentes organizações, envolvendo mais de 200 comunicações ao longo de todo o processo.
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