Fergus Ewing, membro do Governo escocês com o pelouro da Economia Rural, admitiu que “a incerteza do Governo do Reino Unido a propósito da posição do país relativamente à liberdade de circulação na União Europeia coloca a indústria de cruzeiros sob uma ameaça real”, refere o World Maritime News.
A afirmação tem particular relevo e actualidade, não só porque o Reino Unido discute a sua saída da União Europeia (UE), mas também porque vários operadores e representantes do sector de cruzeiros da Escócia estiveram ontem reunidos para debater o impacto potencial do Brexit na sua actividade.
O encontro decorreu num momento em que a Cruise Scotland, uma organização de marketing que promove a Escócia como destino de cruzeiros, estima que em 2016 os portos escoceses terão recebido 520 mil passageiros, mais 14,7% do que em 2015. Um resultado que se segue a outra subida, de 14,8%, entre 2014 e 2015, e que representou quase uma duplicação face aos valores de 2010.
O mesmo governante já manifestara a intenção do Executivo escocês de escutar o sector e agir relativamente às questões que o ameaçassem, designadamente, iniciativas doo Governo do Reino Unido que aumentem a incerteza quanto ao controlo de passaportes nos portos escoceses. E apelou ao Governo de Theresa May para clarificar a posição do país quanto ao impacto do Brexit em futuros requisitos de vistos para passageiros de cruzeiros.
O mesmo responsável recordou ainda que “a natureza desta indústria impõe planos de negócio com antecipação de dois anos, o que significa que as incertezas que afectam os negócios adquirem outro ritmo no caso dos cruzeiros”. E manifestou a sua oposição a quaisquer mudanças que tenham um impacto negativo no turismo e nos benefícios que ele implica para as economias e comunidades costeiras da Escócia.
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