O Governo estima destinar dois milhões de euros para compensar as actividades que possam ficar prejudicadas com as obras de prolongamento do quebra-mar exterior, aprofundamento do canal e da bacia de rotação do porto de Leixões, revelou ontem a ministra do Mar, durante a apresentação dos investimentos recentemente anunciados para aquela infra-estrutura, referiu a Lusa.
Na ocasião, Ana Paula Vitorino terá admitido que as obras poderão ter impacto na prática de desportos náuticos, como o surf, mas isso é algo que por agora “ninguém sabe”, referiu a ministra, citada pela Lusa. Por esse motivo, será feita uma monitorização das ondas por meios científicos e de observação no local durante cinco anos, com o objectivo de verificar se existe alteração da ondulação.
Se ocorrer alteração das ondas e for necessário compensar actividades como o surf ou mesmo lojas de arrendamento de material, o Governo fá-lo-á. Uma das soluções, que terá o apoio do Executivo, poderá ser a relocalização das actividades para outras praias do concelho de Matosinhos. Todavia, segundo a Lusa, a ministra considerou que a intervenção não irá descaracterizar a praia de Matosinhos, que poderá continuar a ser utilizada pela população.
A pesca também poderá ser prejudicada com a empreitada. Nesta matéria, já terão sido concluídas negociações e terá sido obtido um acordo, segundo a ministra do Mar, que, no entanto, não detalhou os respectivos termos.
Na ocasião, Ana Paula Vitorino anunciou também investimentos públicos de quase 170 milhões de euros nos portos de Leixões e Viana do Castelo, segundo notícia da RTP. Em Leixões, onde serão feitos investimentos de 217 milhões de euros até 2024, o quebra-mar será prolongado em 300 metros e a baía de rotação e o canal de acesso ganharão profundidade, ficando respectivamente com 15,5 metros e 16,85 metros. Por outro lado, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) irá reabilitar o cais do terminal de contentores sul numa extensão de 450 metros, numa obra que representará um investimento próximo dos cinco milhões de euros.
Já relativamente aos estaleiros navais de Viana do Castelo, o aprofundamento do canal de acesso corresponderá a um investimento público de 18,5 milhões de euros e privado de 11 milhões de euros, e terá um impacto directo no Valor Acrescentado Bruto de 90 milhões de euros, refere a Lusa.
De acordo com a ministra do Mar, a doca dos estaleiros de Viana do Castelo será transformada em doca seca, possibilitando acolher navios com 200 metros de comprimento, maior boca e maior calado. Actualmente, a empresa está “limitada a navios com 180 metros de cumprimento, 28 metros de boca e 5,3 metros de calado”, lembrou na ocasião o presidente da West Sea, Carlos Martins.
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