A aliança de companhias de transporte marítimo denominada The Alliance, formada pela Hapag-Lloyd, K Line, MOL, NYK e Yang Ming, que anunciou em Novembro planos para lançar uma rede de 31 serviços com 240 navios a partir de Abril de 2017, está a preocupar as autoridades norte-americanas.
De acordo com informações divulgadas por vários meios de comunicação social, a Comissão Marítima Federal (CMF) dos Estados Unidos teme que o poder e a capacidade negocial desta aliança possam prejudicar os negócios domésticos, pelo efeito que a força da sua negociação colectiva de serviços como reboque, fornecimento de combustível, contentores, entre outros, possa ter nestas actividades ao nível local.
Para William P. Doyle, Comissário da CMF, “não seria justo assegurar aos cargueiros a capacidade de negociarem conjuntamente serviços e negar aos fornecedores domésticos essa capacidade de negociarem colectivamente”.
O mesmo responsável, no entanto, reconhece os esforços da The Alliance para desenvolver mecanismos destinados a ultrapassar situações de falência de empresas de transporte marítimo, como a Hanjing Shipping. Entre as medidas possíveis estão acordos directos com entidades que forneçam espaço para carga ou navios ou com agentes das empresas afectadas.
O Comissário da CMF também considerou a hipótese de operadores de terminais e autoridades portuárias formarem as suas próprias alianças, visando negociarem colectivamente, logo, dotados de uma capacidade reforçada, com as companhias de transporte marítimo.
Em 2015, os portos de Seattle e Tacoma, nos Estados Unidos, através da Northwest Seaport Alliance, seguiram um caminho semelhante, ao juntarem esforços e estabelecerem sinergias para negociarem em conjunto tarifas portuárias, regulamentos ou taxas de retorno entre os terminais.
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