Os estivadores espanhóis vão fazer greve hoje e nos próximos dias 7 e 9 de Junho, referia o World Maritime News na passada sexta-feira e pairam no ar ameaças de novas greves, segundo referia o El País no dia 1 de Junho. A decisão é um protesto contra a legislação recentemente aprovada no Parlamento espanhol, que liberaliza o processo de contratação de estivadores pelos operadores portuários.
O jornal El País dizia também no dia 1 de Junho que o rompimento das negociações entre os representantes dos estivadores e dos operadores portuários, após mais de 100 dias de diálogo, está relacionado com a falta de vontade de chegar a um entendimento. E protestam também contra a falta de garantia de emprego dada pelos operadores portuários.
Dizia ainda o El País que os sindicatos consideram que existem divisões entre as entidades patronais, alegando que muitas empresas querem chegara acordo, mas para isso é necessário um volume de apoio que ainda não será suficiente para o efeito.
Vários sindicatos estrangeiros já manifestaram intenções de se solidarizarem com os grevistas espanhóis, promovendo iniciativas locais em vários portos europeus, mas segundo o World Martime News, em 2 de Junho, ainda era a desconhecida a forma que essa solidariedade vai tomar.
Perante este cenário, diz o World Maritime News, várias empresas de transporte marítimo planeiam desviar navios para outras escalas. E cita o caso da Maersk, que pondera desviar o navio Madrid Maersk, com capacidade para mais de 20 mil TEU, do porto de Algeciras para o porto de Tânger.
Este quadro preocupa a Puertos del Estado, a entidade pública responsável pela aplicação da política portuária espanhola, que teme as consequências destas greves, referia o El País. Afinal, dizia este jornal, a instabilidade laboral dos últimos meses nos portos espanhóis, com desvio de navios para outros portos, tem prejudicado a actividade portuária, designadamente no porto de Algeciras, o de maior tráfego de mercadorias em Espanha.
