A Hyundai Heavy Industries (HHI) anunciou na última semana que o seu registo de encomendas de navios para este ano incluía 29 unidades, no valor aproximado de 1,6 mil milhões de euros, refere o World Maritime News. A expectativa para 2018 é a de que atinja encomendas no valor de 10,7 mil milhões de euros, mais 3,3 mil milhões do que no ano anterior. E este é apenas um sintoma do optimismo que paira sobre o sector da construção naval sul-coreano para este ano.
De acordo com o jornal, as encomendas da HHI contemplam três navios para gás natural liquefeito (GNL), oito para gás de petróleo liquefeito (GPL), 10 navios tanque para transporte de petróleo, seis porta-contentores e dois mega cargueiros para transporte de minério.
Refere-se ainda que a empresa espera obter uma receita de 1,2 mil milhões de euros com a emissão de títulos, que pretende aplicar no melhoramento da sua estrutura financeira, em desenvolvimentos tecnológicos e em navios inteligentes.
O seu enfoque será, essencialmente, no mercado do transporte de gás, visando aproveitar a expectativa de crescimento do comércio de GNL e GPL, induzida pelas exportações dos Estados Unidos e pela campanha a favor de um consumo energético mais amigo do ambiente promovida pela China. Nesse sentido, a HHI espera receber mais encomendas de grandes cargueiros para GNL.
Outro dos três grandes estaleiros da Coreia do Sul, a Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME), registou receitas líquidas de 511 milhões de euros em 2017, contra perdas de 2,1 mil milhões de euros em 2016. E os resultados operacionais registaram lucros de 588 milhões de euros, contra perdas de 1.165 milhões de euros em 2016.
Sinais de uma recuperação na DSME que ocorreu pela primeira vez desde 2011, apesar da quebra de 13,4% nas vendas, motivada pela instabilidade no sector da construção naval resultante do excesso de capacidade instalada. As vendas deverão cair novamente em 2018 face a 2017, ainda que em menor dimensão, e são esperadas encomendas no valor de 5,9 mil milhões de euros.
Já a Samsung Heavy Industries (SHI), o terceiro grande estaleiro do país, fixou a meta de encomendas para 2018 em 6,2 mil milhões de euros, acima do valor com que fechou 2017 (5,5 mil milhões de euros).
Importa recordar que em 2017, os estaleiros da Coreia do Sul ficaram em segundo lugar num ranking mundial de CGT (compensated gross tonnage, um indicador que traduz o volume de trabalho requerido para a construção de um navio e que se obtém multiplicando a tonelagem de um navio por um coeficiente variável em função do seu tipo e dimensão), logo a seguir à China.
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