LISNAVE

As soluções do transporte marítimo rumo à descarbonização podem representar riscos para os Bancos que são credores de dívidas do sector avaliadas em 378,5 mil milhões de euros, de acordo com uma investigação levada a cabo pela Organização Não Governamental (ONG) Carbon War Room (CWR) e pela consultora universitária sobre o sector University Maritime Advisory Service (UMAS).

Com o início das principais medidas do sector no sentido do cumprimento dos grandes objectivos climáticos definidos internacionalmente previstas para 2023, a CWR e a UMAS antecipam que venha a ser necessário um elevado investimento de capital para manter os navios competitivos, segundo uma avaliação baseada no estudo de investimentos em graneleiros de sólidos com porte bruto entre 60 mil e 99 mil toneladas.

Depois de uma investigação ao longo de 18 meses, os autores da análise verificaram que enquanto alguns investidores estão conscientes dos riscos associados aos activos envolvidos, poucos são os Bancos que avaliam a eficiência dos navios ou que têm programas de empréstimo destinados a manter esses activos competitivos.

A análise sugere que avaliações mais diligentes a realizar desde já pelo sector financeiro, armadores e outros agentes do sector do transporte marítimo podem contribuir para criar valor a longo prazo e evitar perdas daqui a 8 ou 10 anos.

Na opinião de Jules Kortenhorst, CEO da CWR, embora este não seja um momento fácil para o transporte marítimo, “a descarbonização pode ser uma solução win-win para o sector e para o ambiente”, mas todos têm que estar à altura da reputação ecológica de muitas das instituições envolvidas. As entidades financeiras devem preparar-se para responder aos desafios que a descarbonização lhes vai colocar, mas mesmo com mais de 370 mil milhões de euros por cobrar, Jules Kortenhorst acredita que esse será o caminho a seguir.



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