Entre 2010 e 2016, a média anual de grandes derrames de crude (superiores a 700 toneladas, ou 5 mil barris) provenientes de navios tanque foi de 1,7, confirmando uma tendência para a diminuição deste tipo de ocorrências, segundo divulgou recentemente a International Tanker Owners Pollution Federation Limited (ITOPF), uma associação não lucrativa de armadores vocacionada para o aconselhamento em situações de emergências ambientais.
De acordo com a ITOPF, em 2016, perderam-se cerca de 6 mil toneladas de combustível em derrames, a maioria devido ao incidente que ocorreu em Setembro com um navio que transportava diesel e gasolina e envolveu um derrame acima das 700 toneladas. Registaram-se também quatro derrames médios (entre 7 e 700 toneladas, ou seja, de 50 a 50 mil barris).
Os quatro incidentes médios em 2016 ocorreram em Janeiro, num porto sul-americano (derrame de crude durante embarque), em Agosto, na Malásia, (derrame de combustível marítimo durante um embarque), e os restantes dois no último trimestre, nos Estados Unidos e China, em ambos os casos com incêndios.
De acordo com a ITOPF, a redução progressiva de grandes derrames é significativa “quando os dados são analisados por década, mais do que anualmente”, e entre 1970 e 2016, essa realidade confirma-se, ainda que com flutuações em cada década, pois a descida não é linear.
Em todo o caso, a ITOPF revela que na década de 70 do século passado, a média de grandes derrames foi de 24,5 ocorrências por ano, descendo para 9,4 na década seguinte, para 7,2 nos anos 90 e para 3,2 entre 2000 e 2009. Nos anos 70, o pior ano foi 1979, com mais de 30 grandes derrames, o valor mais alto entre 1970 e a actualidade.
Nos últimos 47 anos, quase 50% deste tipo de derrames sucederam enquanto os navios navegavam em mar aberto. Abalroamentos, colisões e encalhe foram causa de 59% destes incidentes. Já nos casos de navegação em águas interiores ou de passagem restrita, esta percentagem sobe para 99%.
Os derrames médios também conhecem uma tendência descendente desde os anos 70 do século XX. Nos anos 90, ocorreram, em média, 28,1 incidentes por ano, que diminuíram para 14,9 na primeira década deste século. Desde 2010 a 2016, essa média situou-se em 5.
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