As empresas de leasing de contentores e os carregadores temem a falta de contentores em 2018, face à perspectiva de continuação da recuperação do comércio global no próximo ano e à eventual incapacidade dos fabricantes de contentores para acompanharem a procura, refere a consultora Drewry, citada pelo World Maritime News.
Para as empresas de leasing, o problema pode residir nas novas regras em vigor desde Abril deste ano, que impõem o uso de uma tinta à base de água nos contentores em vez dos revestimentos tradicionais à base de solventes, o que dificulta a secagem, designadamente em zonas de produção húmidas, como na China.
A disrupção provocada pelas novas regras de produção dos contentores nas zonas temperadas da China durante os húmidos meses de Inverno poderá afectar cerca de 60% da capacidade global de contentores, refere a consultora, citada pelo mesmo jornal.
Como não há precedentes relativamente aos efeitos deste tipo de disrupção e é previsível que a procura permaneça forte em 2018, é fácil de compreender o receio dos compradores de contentores face a esta situação.
Paralelamente, o encerramento de fábricas de contentores na China em Fevereiro para manutenção e os encerramentos posteriores devido ao Ano Novo Lunar chinês, contribuirão provavelmente para agravar esta situação.
No caso dos carregadores, o receio é o de que as restrições de espaço, ainda que temporárias, provocadas pela falta de contentores faça aumentar o preço das tarifas dos fretes.
A consultora, porém, parece desdramatizar estes temores. Por um lado, uma capacidade anual de produção de contentores de 3,5 milhões de TEU, como a actual, com muitas fábricas a trabalhar com 1,5 turnos pode ser superada através do aumento para dois turnos.
Por outro, as empresas de leasing, que cada vez são mais proprietárias de contentores do que os carregadores, têm uma válvula de escape para uma eventual escassez na produção, que é o recurso a contentores usados (alguns dos quais comprados aos próprios carregadores).
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística