O Governo Chinês planeia interromper a reciclagem de navios de bandeira estrageira nos seus estaleiros a partir de 2019. A decisão surgiu no seguimento dos esforços da China para reprimir as indústrias poluentes de resíduos do país, que viram muitos estaleiros ter as suas licenças de reciclagem de navios negadas, referem vários meios de comunicação internacionais.
Esta notícia fez com que os preços dos navios, durante o fim-de-semana, subissem à medida que compradores locais importavam navios antes que fosse imposta tal regra. As implicações poderão não ser imediatas, no entanto, esperam-se, com esta medida, impactos, tanto na implementação do Regulamento Europeu sobre a Reciclagem de Navios como sobre as perspectivas da entrada em vigor da Convenção de Hong Kong (que apresenta normas para armadores sobre instalações, Estados de bandeira e estado dos navios), adoptada em 2009 mas ainda não implementada.
Os navios de bandeira chinesa poderão continuar a ser desmantelados nos estaleiros chineses, no entanto, o Governo da China deixará de fornecer subsídios para o sector, conforme decidido no ano passado. Devido a esta alteração na política, é provável que os proprietários locais procurem outro lugar para reciclar os seus navios, incluindo a Índia.
“Na época da adopção do Regulamento Europeu, parecia um passo importante para a melhorar a indústria de reciclagem de navios e para as primeiras implementações das normas da Convenção de Hong Kong”, referiu Nikos Mikelis, Director Não- Executivo da GMS, uma empresa compradora de navios para reciclagem. “Mas, infelizmente, a atitude inútil dos funcionários da Comissão Europeia em relação à indústria no sul da Ásia, em 2013, foi uma decepção e o desperdício de uma grande oportunidade que poderia ter encorajado e motivado a indústria naquela região”, concluiu.
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística