Num relatório publicado ontem, a BIMCO prevê o regresso aos lucros do sector do transporte marítimo de granéis sólidos apenas em 2019 se, entretanto, não houver também qualquer aumento da oferta.
Shanghai Zhenhua Heavy Industries

Na sequência dos relatórios que tem vindo a publicar sobre o sector do transporte marítimo de granéis sólidos, no mais recente, publicado ontem, a BIMCO volta a acentuar que a grave crise que o sector atravessa neste momento só será ultrapassada em 2019 se, entretanto, não houver também qualquer aumento da oferta até essa data.

Perspectivando todo o sector do transporte marítimo a partir transporte dos granéis sólidos e incluindo também o transporte de contentores ou o dos tanques, a BIMCO entende dever esperar-se profundas alterações a curto prazo dado a actual situação começar a tornar-se insustentável.

Nesse sentido, entre outras tendências, a BIMCO prevê uma crescente procura de consolidação do mercado, seja por fusão ou aquisição mas, acima de tudo, um crescente menor número de companhias em que o ponto central das respectivas preocupações será uma igualmente crescente sofisticação dos modelos de negócio a par de uma procura de melhor gestão de risco através de uma mais alargada, transversal e rigorosa recolha de informação significativa para o negócio.

Para além isso, a diferenciação não podendo continuar a ser realizada pelo preço, será realizada essencialmente através de uma oferta mais alargada de serviços, conduzindo também a uma crescente pressão para a sua correlativa optimização, onde entra, naturalmente, a crescente digitalização ou informatização dos mesmos.

Por outro lado, tendo em atenção as regras de Basileia III e, sobretudo, as já propostas para o protocolo de Basileia IV, obrigando os bancos a uma muito maior atenção ao risco do crédito, a BIMCO antevê igualmente alguma dificuldade de financiamento para as empresas de menor dimensão que, eventualmente, serão obrigadas a procurarem fontes alternativas.

Finalmente, no que respeita aos estaleiros navais, o relatório também não prevê tempos fáceis mas admite que as adaptações que irá ser necessário realizar nos navios por razões de ordem ambiental, poderá constituir ainda uma boa saída.



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