Segundo a associação, só previsões realistas poderão suportar decisões ajustadas relativamente à evolução da procura de transporte marítimo
Centre for Economics and Business Research

A Baltic and International Maritime Council (BIMCO), associação que reúne armadores e outros operadores de transporte marítimo, apelou a estimativas realistas do PIB no âmbito de uma reunião preparatória relacionada com a elaboração do 4º Estudo sobre Gases com Efeito de Estufa da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla inglesa).

De acordo com a associação, não devem ser utilizadas previsões excessivamente optimistas sobre o PIB na antevisão do crescimento da procura no transporte marítimo. “É imperativo que a indústria – e o mundo – baseiem as discussões e as acções para redução de emissões no transporte marítimo em projecções realistas e credíveis”, sob pena de se tomarem decisões erradas e aplicarem recursos sem eficácia, referiu Secretario-Geral da BIMCO, Lars Robert Pedersen.

O mesmo responsável explicou que o estudo anterior, em 2014, expôs uma projecção pessimista de um aumento de 250% nas emissões do transporte marítimo que se veio a revelar totalmente irrealista, face ao estimado desenvolvimento económico global. “Infelizmente, essa projecção de 250% tem sido usada com frequência contra a indústria marítima e contribuído para moldar políticas regionais”, algo que a BIMCO quer evitar, referiu Lars Robert Pedersen.

Uma revisão do estudo de 2014, agora com as mais recentes projecções do PIB da OCDE, estima uma redução absoluta de 20% nas emissões de gases com efeito de estufa entre 2008 e 2050, que parece ser mais realista do que a meta de redução em 50%. Para atingir a meta em 2050, serão precisas mais soluções, além das tradicionais medidas de eficiência, mas para obter as soluções certas, “precisamos de previsões realistas”, refere o Secretário-Geral da BIMCO.

A BIMCO também refere que dois outros estudos (um da DNV-GL e outro da World Maritime University) chegaram a estimativas de transporte mais baixas e ambos dissociaram o crescimento do PIB da procura de transporte marítimo a partir de 2030, uma ideia que a BIMCO também sugere que seja seguia no próximo estudo sobre os gases com efeito de estufa da IMO.

 



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