Apesar do apelo, o Analista Chefe da BIMCO não acredita que o sector avance para o desmantelamento, até porque verifica que vários armadores apostam em adaptar os navios às novas regras, quer sobre tratamento de águas de lastro, quer sobre o teor de enxofre nos combustíveis marinhos
BIMCO

As baixas tarifas dos fretes deveriam ser o melhor incentivo à reciclagem dos navios desactualizados, contribuindo para libertar o mercado do excesso de oferta de transporte marítimo, na opinião de Peter Sand, Analista Chefe da BIMCO, a maior associação internacional do sector, com mais de 2.100 membros, citado pelo World Maritime News.

Segundo o jornal, embora as tarifas tenham registado uma subida face aos baixos níveis de 2016, e estejam acima dos níveis do ano anterior em período homólogo e em todas as rotas, ainda não atingiram valores suficientes para serem lucrativas. Esta ainda curta valorização é atribuída ao reagrupamento verificado nas principais alianças entre as empresas de transporte marítimo que, porém, ainda levará tempo a surtir efeito.

Nem por isso a BIMCO deixa de considerar que as tarifas devem voltar a baixar, pelo que Peter Sand apela ao desmantelamento dos navios que já não sejam economicamente viáveis, “por poucos que possam ser”, e a “evitar o regresso aos estaleiros nos próximos tempos”.

No entanto, o Analista Chefe da BIMCO não acredita que tal vá suceder, mesmo face as elevados custos de adaptação dos navios à nova legislação sobre tratamento de águas de lastro, que deverá entrar em vigor em 8 de Setembro, ou aos novos limites para a percentagem de enxofre no combustível marinho, previstos para vigorar a partir de 1 de Janeiro de 2020.

Segundo aquele responsável da BIMCO, existe um elevado estado de prontidão entre o segmento dos porta-contentores – designadamente no que respeita à convenção sobre tratamento das águas de lastro -, que parece disposto a instalar o que for necessário para ficar em conformidade com as novas regras.



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