Os credores alemães de actividades relacionadas com o transporte marítimo enfrentam riscos crescentes derivados da sua exposição à crise global do sector e em grau mais elevado do que os seus pares europeus e de países terceiros, refere o World Maritime News, citado a agência de rating Moody’s.
De acordo com Swen Metzler, Vice-Presidente e analista sénior da Moody’s, citado pelo jornal, existem cinco Bancos considerados especialmente vulneráveis à crise prolongada do transporte marítimo, na qualidade de credores: Bremer Landesbank Kreditanstalt Oldenburg GZ (BremerLB), DVB Bank S.E. (DVB), HSH Nordbank AG (HSH), KFW IPEX-BANK GmbH (KfW IPEX) e Norddeutsche Landesbank GZ (NORD/LB).
Face ao facto de a maioria dos navios registados no Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR) ser de origem alemã e de poder estar em causa a situação financeira de armadores germânicos ou a sua relação com Bancos alemães, o nosso jornal solicitou um comentário à European International Shipowners’ Association of Portugal (EISAP), uma associação criada em Maio deste ano e que representa armadores com navios ali registados.
De acordo com a EISAP, a crise no sector do transporte marítimo existe há oito anos, mas “é transversal a todos os armadores mundiais, sejam gregos, japoneses, chineses ou alemães”, razão pela qual e especialmente por se atravessar uma crise ”as bandeiras e os armadores devem procurar desenvolver uma relação de proximidade”.
“Para que essa relação se desenvolva, é importante que as administrações de bandeira percebam os problemas globais da indústria; actualmente, estão a criar-se novas lealdades entre os armadores e as bandeiras, que serão recompensadas quando o mercado recuperar”, considera a EISAP.
A associação entende ainda que “a administração de bandeira portuguesa deve entender este mecanismo de criação de novas lealdades e deve aproveitar o MAR, bem como os armadores de referência que registaram navios no MAR, para posicionar-se no universo global do shipping como uma bandeira de qualidade, confiável e aberta, desenvolvendo mecanismos que fomentem a lealdade dos armadores”, para o que se deve focar “no desenvolvimento das alterações legislativas necessárias a dar maior competitividade ao registo”.
Recorde-se igualmente que a frota de navios mercantes alemães é considerada a segunda da Europa e a quarta maior do mundo, de acordo com dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) deste Verão.
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística