A queda das tarifas no transporte marítimo estão a gerar perdas elevadas aos Bancos alemães credores de empresas do sector, segundo noticiam vários meios de comunicação internacionais.
Segundo o site de informação financeira GT News, o Commerzbank anunciou perdas de 559 milhões de euros em empréstimos a empresas de transporte marítimo em 2016 e antecipou que este ano esse valor pode subir para 600 milhões de euros. Já o Deutsch Bank terá tido perdas de 346 milhões de euros, três vezes mais do que em 2015, segundo a mesma fonte.
Por seu lado, o Wall Street Journal refere que o HSH Nordbank procura urgentemente um comprador, na sequência de grandes perdas relacionadas com o transporte marítimo e de exigências da União Europeia de que o Banco esteja privatizado até ao início do próximo ano ou que então encerre, criando perdas de 15 mil milhões de euros (ou 3 mil euros por pessoa) aos contribuintes alemães.
O GT News cita o Chief Financial Officer (CFO) do Commerzbank, Stephen Engels, que considera este ano tão crítico como 2016 relativamente ao transporte marítimo. “Ainda temos – particularmente no que respeita aos porta-contentores – mais navios a entrar no mercado em maior número do que os que estão a sair para desmantelamento; e isto num mercado que já está a operar abaixo da capacidade plena”, referiu este responsável.
O site recorda que antes da crise do sector, os Bancos alemães eram quem mais empréstimos concedia ao transporte marítimo à escala mundial, chegando a 2016 detendo quase 25% desses créditos concedidos por grandes Bancos, segundo dados do Petrofin Global Bank Research, a divisão de pesquisa da Petrofin Ship Management Inc. e que tem dedicado grande parte da sua actividade à análise do transporte marítimo grego e seu financiamento.
Hoje, os Bancos e investidores alemães detêm 29% da capacidade mundial de porta-contentores, mais do que qualquer outro país, segundo a associação alemão de armadores Verband Deutscher Reeder.
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística