Entre Novembro de 2015 e Novembro de 2016, o número de porta-contentores inactivos aumentou de 238, com uma capacidade total de 900 mil TEU, para 435, com uma capacidade total de 1,7 milhões de TEU, segundo dados da consultora Drewry divulgados pelo World Maritime News.
Actualmente, os porta-contentores inactivos representam 9% deste tipo de navios, quando no princípio de 2015 representavam 2,5%. E mais de 60% da sua capacidade corresponde a navios com menos de 10 anos, sustenta a Drewry. Os navios mais antigos foram, maioritariamente, enviados para desmantelamento.
Segundo o jornal, citando a Drewry, um dos motivos que explicam este fenómeno é o excesso crescente de capacidade de porta-contentores no mercado, especialmente no que respeita aos Panamax, de 4 mil a 5 mil TEU, na sequência do alargamento do Canal do Panamá, em Junho deste ano.
Outro factor que contribui para o excedente de porta-contentores imobilizados é a falência da Hanjng Shipping no final de Agosto. A frota até então operada pela empresa representava 36% (622.958 TEU) do total de porta-contentores inactivos, dos quais 200 mil TEU correspondiam a porta-contentores com mais de 10 mil TEU de capacidade, que operavam nos serviços entre Ásia e Europa, entretanto interrompidos.
De acordo com a consultora, citada pelo jornal, “a falência da Hanjing Shipping pode ter criado um salto artificial na frota inactiva, até que alguns dos antigos navios da empresa passem para outros operadores”, além de que “é normal que os navios sejam colocados fora de serviço durante a época baixa, pelo que um aumento de navios imobilizados era esperado depois da época alta de Verão”.
Por outro lado, mais de 1,1 milhões de TEU dos navios inactivos, equivalente a 65% do total, são detidos por donos que não são operadores de transporte marítimo. Os operadores ou afretadores tendem a dispensar primeiro os navios de que não são donos, mantendo activos os seus próprios navios. Diz o jornal que muitos dos navios que eram até aqui fretados por valores relativamente elevados, não votam a sê-lo e juntam-se à frota de navios imobilizados.
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