Os armadores espanhóis lamentam a dimensão reduzida da sua capacidade de transporte marítimo face à dimensão económica do país, segundo exprimiu Juan Riva, ex-presidente da Anave (organização representativa dos armadores espanhóis) e presidente da Flota Suardiaz, operadora de transporte marítimo especializada em carga ro-ro, num encontro recente organizado pelo Instituto de la Ingeneria de Espana (IIE).
Estes armadores criticam o facto de Espanha ocupar o quinto posto relativamente ao Produto Interno Bruto entre os países da União Europeia, mas de se conformar com um 13º lugar relativamente à frota naval que controla no mesmo espaço económico.
O mesmo responsável recordou que existem países pequenos que têm muito peso no transporte marítimo e mencionou a importância que países como os nórdicos, o Reino Unido ou a Itália, atribuem a este sector de actividade, queixando-se de que historicamente os armadores têm sido ignorados pela administração espanhola.
“Não estamos na agenda dos políticos, que sempre deram prioridade aos estaleiros e aos portos”, terá referido Adolfo Utor, ex-presidente da Anave e presidente da operadora de ferries espanhola Balearia, citado pelo jornal Transporte XXI na sua edição de 1 de Fevereiro.
No entanto, Alejandro Aznar, presidente da Anave e da empresa armadora Naviera Ibaizabal, destacou que a organização vai apresentar uma proposta de medidas ao Governo e recordou que apesar da crise e da conjuntura internacional adversa, a frota naval controlada por armadores espanhóis voltou a crescer e a criar emprego a bom ritmo.
Estes responsáveis manifestaram-se contra quaisquer políticas isolacionistas que implique barreiras ao comércio internacional, como as propostas pelo actual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e defenderam que qualquer acordo comercial entre a União Europeia e parceiros de outras partes do mundo deve estar acompanhado por um acordo de transporte marítimo.
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