As fusões e aquisições são cada vez mais a melhor resposta ao excesso de oferta de transporte marítimo, superando as soluções de alianças, segundo uma posição assumida pela agência de rating Fitch, na sequência das recentes conversações para uma fusão entre a Hapag-Lloyd e a United Arab Shipping Company (UASC), refere o World Maritime News.
De acordo com a Fitch, citada pelo jornal, a oferta de transporte de contentores está fragmentada, muito competitiva e minada pelo excesso de capacidade disponível, embora quatro alianças (2M, CKYCHE, Ocean Three e G6) dominem as rotas comerciais entre o Extremo Oriente e a Europa.
Para a agência, a superação das alianças pelas fusões e aquisições deve-se ao facto de as primeiras terem um âmbito mais limitado, menor coordenação de redes e frotas e mais dificuldade em gerir as suas capacidades e custos. Por serem familiares ou públicas, as alianças provaram a sua flexibilidade, mas a alteração das condições de mercado (baixas tarifas e dificuldades na obtenção de crédito) veio facilitar a ascensão das fusões e aquisições.
Exemplos da tendência identificada pela Fictch são a fusão da COSCO com a CSCL, que deu origem à quarta maior empresa de transporte de contentores a nível mundial, a aquisição da NOL pela CMA CGM e a potencial fusão da Hapag-Lloyd com a UASC, que poderá criar uma empresa responsável por 7,2% da capacidade mundial de transporte de contentores e com uma posição reforçada nas rotas asiáticas e do Médio Oriente.
A agência, contudo, reconhece que face a esta tendência, as próprias alianças tendem a reagir, remodelando-se e exercendo pressão sobre as empresas mais débeis. O anúncio recente da formação de uma nova aliança entre a CMA CGM, COSCO Container Lines, Evergreen Line e Orient Overseas Container Line, a Ocean Alliance, é disso um exemplo.
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